É justo recordar com saudade e nostalgia quem nos fez bem, quem nos tratou com amor e profunda amizade.
O JVD – João Vieira Van-Dúnem – era uma pessoa única, uma pessoa boa. Este curto depoimento sobre o JVD pretende ser um tributo do amigo, do irmão e do companheiro, a um dos melhores jornalistas da nossa Angola independente.
O JVD era uma pessoa muito querida e admirada por todos os que o rodeavam. Quero recordar o JVD com saudade e alegria.
Por isso, quero apenas dizer palavras que nos possam fazer reviver nas nossas memórias coisas boas que o João nos deixou, agora que passam dez anos sobre o seu desaparecimento precoce.
O JVD sabia ser com destreza e humildade o amigo do seu amigo, o mentor dos seus liderados, o mestre dos seus jovens instruendos, o irmão carinhoso, o conselheiro dos seus pares e companheiros.
O homem dos afectos e das ideias. Quão criativo tu eras João?!… Quantas vezes me recomendavas entrevistas aos diferentes órgãos de comunicação social, livros para ler, artigos para reflectir ou escrever ou textos para estudar?… Contigo aprendi tanto, tanto mesmo! Tenho saudades! Tenho saudades das nossas longas tertúlias, em Luanda, Lisboa ou Londres.
Tenho saudades dos nossos debates aos fim-de-semana, dos chás no hall do hotel HCTA, nosso local de eleição, ou dos almoços regulares à sexta-feira.
Falávamos de tudo: política, economia, publicações, redes sociais, partidos políticos, sobre os desafios da juventude angolana, nossas famílias, nossos amores e desamores… verdadeiras tertúlias sem maldade.
Tenho saudades! O JVD, além de um líder nato, era a excelência da boa educação. Para mim, a excelência da boa educação é tudo.
O JVD era tudo! Ele tinha a capacidade singular, só típica nos génios, de ver “longe” as coisas. Previa o futuro como poucos.
Era um homem profundo, realista, pragmático, crítico, humanista, muito sereno e criterioso.
Nunca o vi preocupado com cargos ou pessoas em particular. A sua preocupação era o país que o viu nascer e por quem tanto lutou.
O país para o JVD estava acima de tudo e de todos.
O seu elevado conhecimento sobre o mundo dava-lhe a capacidade de pensar “fora da caixa”, com liberdade e imparcialidade, mas também com civismo e elevado sentido de bom senso.
Um homem sempre comprometido com a causa. Talvez um dos que melhor interpretou a máxima segundo a qual “não basta que seja pura e justa a nossa causa.
É necessário que pureza e justiça existam dentro de nós”.
Partiste mas sentimos-te todos os dias nos nossos corações.
Continuas vivo nas nossas memórias. Descansa em Paz JVD! Que Deus te tenha sempre sempre no Seu infinito amor!
Por: ARCHER MANGUEIRA