A Pátria ordena, mas também reconhece seus filhos que lhe deram a juventude, os sonhos, o sangue e a vida. Aconteceu no pretérito dia 27 de Janeiro, no Quartel-General do Exército, mais uma cerimónia de homenagem aos oficiais generais e almirantes na reforma, acto presidido pelo General de Aviação Altino Carlos José dos Santos, Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas.
Na cerimónia, também estavam presentes companheiros de trincheira e caserna. A camaradagem dos que ouviram as ordens da Pátria e nem hesitaram na corrida para as frentes de combate. Enfrentaram os invasores estrangeiros durante 50 anos. Meio século de luta. Meio século de sofrimento. Meio século de sangue derramado. Meio século vendo morrer ao lado os melhores filhos da Pátria Angolana. Tanta dor.
Tanto luto. Tanta vida ceifada ainda em flor da idade. A cerimónia decorreu sob o olhar atento de jovens oficiais das várias hierarquias militares, familiares e amigos. No acto, os licenciados à reforma foram condecorados pelos serviços prestados.
Distinções mais do que merecidas. Os generais e almirantes licenciados à reforma reiteraram o compromisso e lealdade para com a Pátria, predispostos a continuar a contribuir noutras esferas da vida nacional para o desenvolvimento sustentável do país, em busca do bem-estar para todos os angolanos.
Entre os homenageados, todos com folhas de serviços inquestionáveis, estava o General Alfredo Tyaunda que, durante mais de 40 anos, comandou a Unidade da Guarda Presidencial. Não há missão mais honrosa do que velar pela segurança do Mais Alto Magistrado da Nação.
Porque ele é um símbolo vivo da Pátria angolana. A expressão máxima da vontade de um Povo que não esquece os seus melhores filhos. O Chefe de Estado tem a legitimidade do voto popular. É o líder do partido mais votado. Representa a maioria dos votos.
Mas, uma vez eleito e investido no cargo, é o Presidente de todos os angolanos. É aquele que representa militares e civis. Ricos e pobres. Académicos e analfabetos.
É um símbolo da Nação angolana que a todos representa. Comandar a Unidade da Guarda Presidencial, como fez o General Tyaunda durante quatro décadas, pode parecer uma missão fácil.
Mas é, seguramente, das mais difíceis que um militar pode cumprir. Comandar a Unidade da Guarda Presidencial é estar numa frente de combate permanente.
Uma missão que requer domínio total da arte operativa. Muita inteligência. E acima de tudo confiança. A fidelidade é um pressuposto na sociedade castrense. Militar quer dizer fidelidade.
Serviço Militar quer dizer ser fiel à Pátria angolana e aos órgãos de soberania. O General Tyaunda é um exemplo vivo dessa fidelidade. Fidelidade que soube manter e demonstrar ao longo de 40 anos de serviços excepcionais. Uma vida! A partir de agora, vai para casa mais um herói que leva consigo momentos desconhecidos e segredos de Estado que, de certeza, ficarão guardados para sempre. Bem-haja, General Tyaunda! O povo angolano é grato aos seus filhos que se bateram em defesa da Pátria.
A cerimónia do dia 27 de Janeiro, no Quartel-General do Exército, de homenagem aos oficiais generais na reforma, num acto presidido pelo General de Aviação Altino Carlos José dos Santos, Chefe do Estado Maior General das FAA, reconheceu que os generais e almirantes reformados são obreiros das vitórias alcançadas em condições difíceis que permitiram conquistar a independência nacional, a paz e a reconciliação nacional, que constituem os maiores ganhos do povo angolano nestes 50 anos de liberdade.
É a prova de que os nossos heróis nunca serão esquecidos pelos seus camaradas e pela Nação angolana. Mesmo que por vezes pareça que alguns agentes públicos andam distraídos. Tão distraídos que até esquecem qual é a fonte do poder que ostentam.
Por: Alberto Kizua
*Tenente-General