A liberdade é preciosa, suprema, com um valor inigualável. É um valor que os povos defendem com as suas próprias vidas, uma palavra tão potente que nações inteiras, ao longo da história, digladiam-se para alcançá-la, lutam com todas as suas forças para conquistá-la, preservá-la e mantê-la eternamente.
Um valor que ao longo da história da humanidade, milhões de pessoas têm dado a vida, de bom grado, em nome da liberdade. Mesmo nos dias actuais, onde o modernismo impera e certos valores perecem, muitas pessoas estarão dispostas a morrer em defesa da liberdade do seu povo e da sua nação.
Desde os mais longínquos tempos, a liberdade é considerada um bem valioso, supremo e inviolável, muitas vezes, e na maior parte das vezes, superior a própria vida.
A liberdade de pensar, de agir, de ousar, de se amotinar, de viver a própria vida, de falar e se expressar, de ver e ouvir, de comunicar, de ir e vir, de viver o presente e pensar o futuro, de arquitectar o amanhã, de aceitação ou rejeição e sobretudo, liberdade de sonhar, ir atrás dos sonhos e de realizá-los.
Mas, como tudo na vida, os limites devem ser respeitados, para vivermos de forma harmoniosa em sociedade, precisamos, inevitavelmente, fazer cedências à nossa própria liberdade, temos de nos submeter as regras e leis que muitas vezes limitam parte da nossa própria liberdade.
A liberdade implica sempre responsabilidade e, concludentemente, consequências das escolhas que optamos, o livre-arbítrio acarreta responsabilização, “A liberdade que queremos tem de se adaptar à liberdade que podemos e, mais ainda, à liberdade que devemos”.
Liberdade implica responsabilidade civil, criminal, moral, ética, costumeira, ambiental e com o próximo.
Nossa liberdade não pode coibir a liberdade do outro e muito menos violar a lei e normas vigentes.
Nas vésperas da nossa independência, em Angola, a liberdade eruma necessidade imperiosa, sem a qual não poderíamos seguir o nosso destino, estávamos refém de um colonialismo que degradava a dignidade e os anseios de todo o povo, sendo por isto que, o nosso povo heroico lutou e alcançou um dos maiores valores, dos mais preciosos que podem ser conquistados: a nossa liberdade.
Em 1961, a revolta dos camponeses da baixa de Cassanje, os ataques em Luanda em 04 de fevereiro, bem como a revolta iniciada em 15 de março no norte de Angola, constituíram os alicerces para início da luta.
A luta foi longa, ceifou milhares de vidas, mas finalmente, no dia 11 de novembro de 1975, contrariando muitos prognósticos calamitosos, que pretendiam prolongar o jugo colonial, a liberdade foi conquistada com sangue, suor e lágrimas, e em muitos casos, com o sacrifício da própria vida.
O dia 11 de novembro de 1975 ficou marcado como o dia da independência de Angola, ou seja, o dia da liberdade, o dia que bravos heróis disseram basta ao colonialismo, o dia em que o povo angolano decidiu ser dono e senhor do seu destino, dia em que Angola se tornou independente e finalmente livre o jugo colonial, o dia da liberdade. Um feito magnânimo e sublime.
A liberdade de sonhar e realizar, criar e usufruir, ir e vir, almejar e conquistar são supremas e acima de toda e qualquer outra conjuntura política, económica e social, que possa surgir ou advir.
Um povo livre, dono e senhor do seu destino é o valor mais elevado que podemos alcançar. A nossa liberdade é fruto do sacrifício heroico de milhares de homens, mulheres e crianças que em momentos específicos da nossa da história, foram chamados a intervir de forma impactante para o sucesso de tão nobre missão.
Bravos heróis anónimos que sem conhecerem o futuro que lhes esperava, de forma heroica não mediram esforços para lutarem para a nossa liberdade, embarcaram consciente e alguns inconscientemente, numa missão que tinha um único objectivo, conquistar a liberdade de um povo.
Nacionalistas de diversas origens, crenças e religiões, os heróis do processo de 50, da revolta dos camponeses, as vitimas do massacre da baixa de cassanje, presos da cadeia de são Nicolau, os presos da cadeia de Tarrafal, as vitimas das dezenas de campos de concentração espalhados pelo país e além fronteiras, as bases guerrilheiras, os mentores das actividades clandestinas, as vítimas das descriminações raciais, sindicatos, jornalistas, estudantes da casa do império, os movimentos de libertação nacional, movimento metodista, tocoista, os revolucionários heroicos, presos políticos, os indígenas explorados e todos que lutaram e morreram pela causa nacional.
Heróis que resistiram e enfrentaram a fúria da polícia internacional e de defesa do estado português (PIDE), que não media esforço para perseguir e eliminar todos os que estavam a lutar pela independência, com ataques ferozes constantes as diversas comunidades.
Aos verdadeiros heróis da liberdade, Homens, mulheres e crianças, que para não esquecermos algum e por economia de espaço, não iremos citar qualquer nome, mas que alicerçaram a liberdade que vivenciamos nos dias de hoje.
A todos que perderam a vida antes de ver o sonho realizado, que não chegaram a usufruir da luta e da vitória alcançada, a todos os heróis tombados e heróis anónimos, heróis que não vivenciaram o sonho almejado, aos heróis da nossa pátria, a nossa vénia acentuada e o nosso MUITO OBRIGADO.
O dever de luta pela independência foi conseguido, a participação de cada interveniente foi essencial e fundamental para a conquista da nossa independência.
Nem todos os nomes aparecerão nos livros de História, nem estarão na toponímia das cidades, mas foram heróis e os arquitectos da liberdade que vivenciamos e usufruímos até aos dias de hoje.
Vamos honrar os nossos heróis, para que daqui há 100 ou 200 anos, as gerações futuras continuem a viver debaixo da bandeira da liberdade, da paz e que possam se orgulhar dos feitos de todos nós. Viva a liberdade, viva a paz. Viva os nossos heróis da liberdade.
Por: OSVALDO FUAKATINUA