As inquietações surgem sempre, pondo-nos constantemente em reflexão, uma busca de respostas às questões com as quais lidamos directamente no nosso quotidiano.
É uma tendência natural querer explicar tudo, até o que não compreendemos; ficar sem uma explicação, sem uma resposta parece não agradar tanto à pessoa a quem se lhe pede a explicação quanto à pessoa que a pede.
Faz-nos lembrar a fase em que a humanidade havia encontrado uma fórmula mágica de respostas às inquietações, o estágio denominado teológico. A invenção de deuses era o milagre das explicações.
Conquanto isso não seja uma demonstração de um pensamento retrógado. Cada fase da evolução humana é crucial para o conhecimento mais profundo sobre as coisas.
Verifiquemos abaixo um exemplo da fase teológico: — Chove porque há um deus da chuva. — Faz sol porque há um deus sol. Até certo ponto, as respostas pareciam satisfazer aos anseios daquelas pessoas, embora, com o decorrer do tempo e o desenvolvimento da inteligência, a humanidade tivesse a necessidade de buscar por outras respostas, pois novas perspectivas e desafios são solicitados.
Hoje, por exemplo, a mente humana recusa-se a aceitar muitas das respostas da fase teológica. Na actualidade, também se verifica a tendência de explicar tudo, fazendo transparecer a ideia de que é possível explicar tudo.
Reconhecer a pequenez não nos torna descartáveis, julga-se ser essa humildade que nos poderá levar à outra categoria epistêmica.
E se houvesse resposta para tudo? Seria necessária uma enciclopédia de tamanho inimaginável, um deus omnisciente que nos oferecesse as respostas. As buscas continuam transversais às fases que a humanidade atravessa.
O querer uma explicação para tudo faz parte dos nossos anseios apenas. Portanto, se há explicação para tudo nalgum lugar, ainda não foi encontrada. O ser continua à busca de respostas, de explicações.
Por: MANUEL DOS SANTOS