Angola iniciou as suas relações políticas e diplomáticas com a República Popular da China aos 12 de Janeiro de 1983, marcando o início de uma longa jornada de experiência, resiliência, vitalidade e amizade baseada na autodeterminação, benefício mútuo e respeito.
Esta relação registou um novo ciclo em 2010, quando Angola e a China assinaram um acordo de cooperação e parceria estratégica, que acelerou o processo de construção e reconstrução de infra-estruturas destruídas durante a guerra prolongada.
A China mobilizou recursos, tecnologia e capital humano incondicional para ajudar Angola no capítulo mais importante do seu programa estratégico, o que poderia permitir que o fluxo de pessoas, bens e serviços revivesse a economia e aliviasse o sofrimento e a pobreza do nosso povo após a guerra mais violenta e devastadora da história contemporânea.
Hoje, estamos orgulhosos e gratos pela corajosa contribuição da China para levar Angola a alcançar a realidade actual, conscientes de que este é apenas o início de uma jornada que exigirá muito esforço e trabalho árduo para a sua afirmação como uma nação forte, comparativamente a outras.
O 40º aniversário constitui uma oportunidade para uma reflexão aprofundada sobre as questões-chave que nos definem como nação: 1. De onde viemos? A nossa história 2. Quem somos nós? A nossa identidade 3. Porquê que aqui estamos? O nosso Propósito, objectivo e visão 4. Onde podemos contribuir com base no nosso potencial? Os nossos talentos e capacidades 5. Para aonde vamos? O nosso futuro e destino.
No entanto, a forma como respondemos a estas questões determina o status quo do que poderá vir a ser no futuro.
Angola reconhece que a China definiu e respondeu claramente a estas questões fundamentais como um modelo nacional, questões que elevaram este país a alturas respeitáveis entre as civilizações modernas, sociopolítica e financeiramente fortes, erradicando a pobreza e tornando-se o centro de produção do mundo.
Embora seja agora um gigante, começou em circunstâncias humildes, ultrapassando a corrupção, a fome, a falta de infra-estruturas e várias outras questões.
Angola vê a China como um parceiro estratégico com planos claros de crescimento não só para Angola, mas para África como um todo, como estipulado nos dez planos da FOCAC, que são apoiados por oito grandes iniciativas que expressam a posição da China no continente africano, particularmente em Angola.
Ao comemorarmos este lendário aniversário, questionamonos: o que é que conseguimos em 40 anos?
Em 40 anos, a China mudou o seu paradigma de um país agrícola e empobrecido para a segunda economia mais industrializada e dinâmica do mundo.
Não há dúvida de que revitalizando esta grande relação e reforçando a nossa visão nacional, conseguiremos alcançar ainda mais nos próximos anos, com base na nossa experiência histórica.
A relação em curso tem sido consistente e fiável, e é certo que se tornará mais forte e profunda se olharmos para os últimos dois anos de uma perspectiva económica: – Em 2021, a balança comercial atingiu 23,34 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de 42% em relação ao mesmo período do ano anterior. – O fluxo de investimento privado totalizou USD 200 milhões com um aumento de 60% em relação ao ano anterior, com o stock de investimentos a totalizar USD 2,71 mil milhões, excluindo o sector petrolífero.
O Ministério do Comércio da China ilustrou o volume de trocas comerciais de USD 23,11 mil milhões e o fluxo de investimento privado de USD 295 milhões com um aumento de 47,5% e um investimento em stock de USD 24 mil milhões , incluindo o sector petrolífero, nos primeiros três trimestres de 2022.
Por outro lado, CIIE – China International Import and Export, dentre muitos países africanos convidou Angola a fornecer as suas mercadorias ao mercado chinês com o incentivo de 98% de isenção fiscal na maioria dos itens, tais como petróleo bruto, pedras ornamentais, etc.
É de facto um incentivo muito bom para aumentar a produção e produtividade, mas, mais do que exportar matéria-prima temos de encorajar os nossos parceiros a acrescentar valor a estas commodities, industrializando o país e exportando produto acabado ou intermédio.
Isto resultará num aumento de oportunidades de emprego e empreendedorismo entre os jovens, gerando riqueza que resulta em estabilidade económica, social e política.
Por: LUÍS CUPENALA