Para o aperfeiçoamento das habilidades e ocupação dos jovens talentosos, o escultor e artista plástico Constantino Nauegi advogou em Saurimo, província da Lunda-Sul, a criação de pelo menos uma escola de artes, na capital.
No quadro das actividades artísticas que tem levado a cabo nas ruas dessa província, o artista afirmou à ANGOP que a maior parte dos profissionais nas artes plásticas são autodidactas, facto que exige passar por uma instrução para desenvolverem melhor as suas artes.
Salientou que trabalha com um grupo de cinco jovens, fazendo esculturas à base de cimento, argila, gesso e betume, mas tem tido muita dificuldade para adquir a matéria-prima, por causa da alta dos preços no mercado.
Entre a matéria-prima que usa nas suas peças, o artista apontou a água, o cimento, óleo, a cera de madeira, entre outros materiais, que podem custar entre 100 e 150 mil kwanzas, para fazer um cavalo com cimento e gesso, por exemplo.
Apesar do preço alto dos preços, apontou a falta de apoios e o excesso de burocracia nos bancos comerciais na concessão de crédito, para auxiliar a aquisição da matéria-prima como outras dificuldades que os artistas enfrentam.
A par dessas dificuldades, referiu que, neste momento, o grupo tem disponível 50 peças para venda, com destaque para a escultura real de cavalo, Palanca Negra Gigante, homem caçador, macacos e cobras.
Por outro lado, Constantino Nauegi disse que as peças artesanais ainda não tem muita concorrência no mercado loca, por falta de cultura por parte das pessoas, um hábito que pode ser cultivado com a construção de espaços para exposição e promoção das artes, permitindo aos cidadãos apreciarem e possivelmente adquirir o produto.
Referiu que, por falta de um espaço apropriado para a exposição, expõe os seus produtos nas ruas e ao longo da Estrada Nacional 230 e 180, na esperança de que apareça um cliente para comprar alguma coisa e sustentar a sua família. “Uma sociedade sem cultura não tem identidade e a arte faz parte da cultura de um povo.
No entanto, somos nós que tentamos, a todo custo, lutar para a sua preservação e deixar o legado para as gerações vindouras”, recordou.