Ponto prévio: é necessário que a cultura da promoção da banalização do saber não substitua o raciocínio lógico e filosófico nem a do nepotismo a meritocracia.
E a questão que se coloca se funda em aferir o que se entende por valores, conceitos e agregação de conhecimentos que, devidamente, operacionalizados contribuam significativamente para o desenvolvimento psicomotor e sociocultural, por exemplo, dos diferentes segmentos que sustentam a sociedade.
Numa retórica solta, quanto ao activismo, abarca várias dimensões.
E a questão que se levanta existe activismo de facto ou mercenarismo político, em que o fim único é a materialização discursiva contra uma ideologia partidária como meio de ascensão ou de visibilidade?
Assim sendo, penso que precisamos de articular melhor as discussões em volta da democracia sob o escopo da tolerância no contexto angolano.
A referida visão articulatória parte do modo funcional de como se perspectiva o debate democrático e sua incidência na construção de muros de intolerância e subsequentemente a manifestação de ilhas por meio de tecidos discursivos em que o pensar diferente ainda tem sido considerado como menos ou mais angolano.
E aproveitamos por via da apelação solta, quando se fala em escritor é fundamental olhar para o seu sentido semântico e o impacto das suas obras na mudança positiva de consciência e o seu contributo, estudos e suas valências.
Todavia, compreende-se, no parágrafo anterior, o pensar diferente revestido de análise, de leitura crítica sob o prisma da construção significativa e, sobretudo, avaliação da realidade sem as lupas ideopartidárias.
Pois que, é fundamental que pela natureza ideológica e de todo processo sociohistórico da matriz política angolana que se comece a se desenhar, desprovidos da capturação e do envenenamento ideológico, uma terceira via de análise que não esteja acoplada à matriz de A ou B.
Assim sendo, a partir de uma leitura deslocada, pode-se aferir que ainda há um longo caminho metódico, racional e filosófico a ser percorrido na busca incessante da compreensão, do diálogo permanente sem as teias paradoxais de falar-se uma coisa e fazer-se outra.
E a partir da dinâmica existencial e do desenvolvimento das sociedades por via da ciência, penso que não podemos continuar a desmerecer a importância de um ensino-investigação.
Pois que, o ensino-investigação é também uma das vias de resolução dos variados problemas.
Por exemplo, o entendimento sobre o empreendedorismo não se limita apenas à venda de produtos. Estende-se como meio de emprego, de agregação de valores e, sobretudo, da implantação da honestidade e da ética.
O mesmo diz respeito à política, embora com maior significado tendo em conta a sua relevância no panorama construtivo de uma sociedade.
Assim sendo, podíamos repensar o modelo funcional, no contexto angolano, de fazer política.
Por exemplo, desconstruir-se a política discursiva sobre as massas, substituir a grande incidência dos actos ideopartidários pelos ideopatrióticos e, sobretudo, implementar-se a cultura da cidadania como modo de vida e de desenvolvimento de sociedade.
Era só isto!
Por: HAMILTON ARTES