A Felicidade no local de trabalho é um dos temas que têm estado a interessar muitos gestores de empresa em pleno século XXI e o instrumento de divulgação é, sem sombra de dúvidas, a comunicação.
A felicidade no local de trabalho surgiu, segundo Maria Canoa, integrada nas áreas de estudo que procuram relacionar os dados da felicidade como variável mensurável, com as variáveis convencionais da gestão e da economia, e, pode ser definida como o conjunto de comportamentos que gera uma perspectiva estratégica na organização, na qual é possível constatar o envolvimento da liderança e dos trabalhadores.
Neste quesito, entra a comunicação como mecanismo que vai facilitar a extensão dessa relação adoptando a comunicação interna na empresa que visa, entre outros objectivos, tornar o colaborador/funcionário em embaixador da marca além de facilitar a comunicação ascendente e descendente.
No livro Comunicação e Governação – Uma abordagem à comunicação institucional, o autor, Hermenegildo de Brito, defende que a comunicação interna é a mais difícil no mundo corporativo e, simultaneamente, a mais importante e a mais ignorada. O autor defende o saber-fazer para que esta (comunicação interna) se efective, bem como a vontade da liderança.
Desde os primórdios que o ser humano tem no trabalho a forma de alcançar os meios de subsistência e de satisfazer as necessidades primárias.
Este facto por si só não circunscreve a felicidade no local de trabalho, mas é mais profundo e a grande responsabilidade recai na liderança organizacional.
Não constitui novidade o péssimo serviço de atendimento ao público que muitos funcionários da função pública como também do privado atendem os seus utentes; uns até morrem à porta. Fala-se muito da humanização dos serviços – é um bom passo -, mas não pode passar de palavras, tem de haver compromisso.
No nosso entender, a falta de humanização nos serviços tem a ver com a infelicidade no local de trabalho. Ainda citando o teórico em comunicação institucional, Hermenegildo de Brito, no seu livro, quando aborda a importância da comunicação interna, faz referência ao salário como sendo o único elemento motivador no local de trabalho, mas desde que se apostasse na comunicação interna cairia por terra este desiderato.
Se nos atravermos a perguntar à maioria dos funcionários da função pública se gostassem de trocar de emprego em detrimento de um com o salário mais elevado, certamente, diriam SIM.
A questão, se calhar, não está no salário, mas na infelicidade nos empregos em que estão. Nós devemos procurar um emprego ( os que estão na luta) que nos satisfaça e que nós nos sintamos bem com aquilo que fazemos. Aristóteles dizia que temos de gostar daquilo que fazemos e fazer aquilo que gostamos.
O Governo de Angola, pelo Ministério da Educação, lançou o concurso público de ingresso. Obviamente que muitos irão se candidatar. Dos muitos, poucos amam a arte de ensinar e candidatar-se-ão apenas porque é preferível dar aulas e ganhar o dinheiro no fim do mês ao ficar em casa desempregado.
Ademais, o emprego no Estado garante segurança e estabilidade. Pergunto, haverá felicidade no local de trabalho para estes? Ainda há muita tinta para se gastar nesta esferográfica que é nova em torno da temática.
Vamos continuar a conversar e fica a dica de que os gestores devem compreender e aceitar que o desafio da sua governação é a felicidade e o bem-estar das pessoas.
Por: HERMENEGILDO DE BRITO