De um tempo a esta parte, temos acompanhado as lamúrias de vários estudantes do ensino superior público sobre falta de docente para leccionar uma determinada unidade curricular e, por conta dessa escassez e/ou ausência, muitos estudantes estão nas instituições há mais de dez nas mesmas condições: aguardando por um docente.
Há ainda aqueles que, tendo um docente indicado, o docente nunca está disponível para leccionar por questões de tempo ou outros afazeres. Por outro lado, ainda na senda do acompanhamento das lamurias, destacam-se instituições do ensino geral que não têm materiais necessários para que se leccione uma disciplina: falta de laboratórios.
Diante dos dois factos, surgenos, então, duas questões: (i) por que não retirar as unidades curriculares sem docente? (ii) Se não há equipamentos para aulas práticas, tendo em conta a natureza de cada disciplina, por que não extinguir o curso?
Entretanto, pretendemos reflectir sobre a necessidade de se estabelecer parâmetros de funcionamento de cursos e instituições escolares, analisando sobre os recursos humanos e técnicos.
Para responder as duas questões levantadas, vale lembrar que os currículos não são estanques e que podem sofrer reformas, sempre que se achar necessário. Por outro lado, a falta de um inventário real sobre as necessidades que as instituições do ensino superior e geral carecem.
A título de exemplo, quantos docentes precisariam no ano académico ou lectivo em cada especialidade, quantidade dos equipamentos existente e em falta.
Entendemos que a escassez ou falta de recursos humanos técnicos tem criado um imbróglio na vida dos estudantes e, por conta disso, podem tornar-se técnicos incapazes de responderem a demanda. E se assim for, então, temos aqui os pressupostos de cancelamento estudantil. Ou seja, formados no papel e inabilitados para executarem as tarefas.
Por: António Kutema