Nas favelas do Rio de Janeiro, no Brasil, há até agora o registo de nove crianças mortas por balas perdidas este ano, resultantes de confrontos entre grupos de traficantes ou entre traficantes e a Polícia. É uma guerra a fazer as suas vítimas inocentes.
POR: José Kaliengue
As favelas são pequenos mundos, ou pequenos países com “exércitos” próprios, de uma violência sem limites. Não sei como se armaram os bandidos, ao ponto de nos momentos mais complicados ser necessária a intervenção das Forças Armadas brasileiras, com blindados e tudo. Sigo as notícias e vou pensando se não estamos a criar, já, aqui, em Luanda sobretudo, “pequenos brasis” também.
E este talvez seja o maior desafio do novo comandante-geral da Polícia Nacional, porque há bairros já “tomados” por bandidos. Os relatos que vão surgindo na comunicação social não são para desprezar. Há demasiada arma por aí, há demasiado desemprego, há demasiada prostituição, há demasiada droga, há demasiada impunidade.
Quando a bandidagem demarca territórios e impõe a sua ordem, tudo fica mais difícil ao Estado, depois, recuperar a sua autoridade. Fica tudo muito caro, e, inevitavelmente, perdem-se vidas de inocentes. Há que “abrir” já alguns bairros de Luanda, com ou sem a luz eléctrica do ministro Borges.