De súbito, a ministra da Saúde parece ter-se retirado da frente das câmaras. E fez bem. Os problemas do seu sector não são para tratar por via da imprensa, apesar da importância da comunicação que deve ser permanente e assertiva. Mas é saber comunicar, não é aparecer. Com efeito, aparecendo em demasia, a ministra estava a passar a imagem de tudo ir resolver no instante seguinte, de que um sorriso seria o suficiente, ou um puxão de orelhas a esta ou a aquela administração hospitalar. Só que os problemas da saúde são enormes. As notícias dizem que há uma rede, com todos os buracos de uma rede qualquer, todos os dias, de toda a parte surgem sinais de alerta, reclamações, narrativas das insuficiências, falta de humanismo dos técnicos, Falta de material nos hospitais, roubo e extorsão aos necessitados. O sistema de saúde está tecnicamente falido. Há que parar, reavaliar e começar de novo. Se a saúde não funcionar, para quê falar em soberania?