As condições em que alguns médicos angolanos trabalham, para não falar de todos os médicos que exercem a sua profissão no nosso país, são, de facto, muitas vezes, de bradar aos céus. A profissão médica é de risco, como tantas outras, mas é de risco tanto para o médico como para o doente.
Passar o dia em unidades sanitárias sem água canalizada, sob temperaturas altas, sem sistemas de refrigeração e contactando com gente portadora de doenças diversas é, tem de se reconhecer, algo de muito perigoso para a saúde dos profissionais, médicos, enfermeiros, assistentes de enfermagem e todos os outros “habitantes” destas ins++tituições. É perfeitamente compreensível a criação de um sindicato dos médicos.
Para além dos riscos inerentes à profissão, há ainda a questão salarial, que obriga estes profissionais e trabalhar em regime de garimpo, ou turbo, como se diz na gíria, em busca do amealhar da maior maquia possível, quase sempre em prejuízo dos doentes, das instituições e também do seu próprio nome. Mas há um outro assunto por que se deve bater o sindicato: a formação contínua. Este é, talvez o maior problema dos nossos médicos, que os deixa muitas vezes com os rótulos de negligentes ou de incompetentes.