Estamos a entrar outra vez numa época perigosa em ternos de comunicação. Estamos outra vez a ouvir algumas vozes com relativa aceitação na nossa sociedade a debitar críticas apenas por criticar, talvez por julgarem que é moda. O importante é reflectir, analisar, quer sobre o que se vai dizer, quer sobre o impacto que se pode causar noutras pessoas. É preciso sabermos para quem estamos a comunicar e em que momento. Com efeito, vozes há que começam a difundir a ideia de que Angola não se deve preocupar com os problemas dos vizinhos porque tem os seus próprios problemas. Que Angola tem os seus próprios problemas, isso é verdade, como acontece com qualquer país do mundo. Daí a fechar-se e a enterrar a cabeça na areia para fingir que não vê os problemas de outros países africanos vai uma distância enorme em termos de inteligência e de estratégia. Tal postura em nada ajudaria a que os problemas dos outros não nos viessem bater à porta. É urgente começar a desconstruir as ideias de gente perigosa.