Há desafios que o país tem de fazer aos seus homens ricos, para que se tornem em empresários de verdade. Porque temos ricos que não são empresários. Com esta ideia do repatriamento de capitais ilegalmente mantidos no exterior do país, talvez fosse bom o Estado identificar áreas e indústrias prioritárias para que dinheiro seja para aí investido, ainda que o Estado ofereça mais algumas facilidades. Porque há áreas de actuação empresarial que determinam também a Independência de um país. Atente-se ao que se passa com um produto como o papel, o que se consome todos os dias e o que se gasta com a sua importação. O problema é que temos quase tudo em Angola para a produção de papel, temos até uma indústria paralisada há décadas, talvez seja bem avisado o Estado desafiar alguém a ganhar muito dinheiro nesta indústria. E noutras. Temos, de facto, gente com dinheiro e que não é empreendedora, mas que precisa de ser bem encaminhada e “ajudada”. Aliás, ao contrário do que muita gente pensa entre nós, não é obrigatório ser-se empresário para se ser rico.