Nesta Semana Santa, pelo menos duas notícias chocaram o país. Mais do que as declarações dos dirigentes da Procuradoria-Geral da República, mais do que a percepção dos crimes que a PGR investiga e sobre os quais constituiu arguidos figuras com funções de alto relevo na sociedade. Foram crimes de sangue. Uma mulher esfaqueou o marido na Huíla, até à morte. Na mesma província, aliás, na mesma cidade do Lubango, uma outra mulher asfixiou a filha, até à morte, por “ordem” de uma kimbanda ou feiticeira que lhe disse que assim passaria a ganhar muito dinheiro e melhoraria a sua condição de vida. Há, porém, entre este último crime e os anunciados pela PGR, um ponto em comum: o dinheiro, ou a vontade de ter muito. É neste aspecto que se deve mudar a sociedade angolana, na sua relação com o dinheiro e com a riqueza material.