Benguela e Lubango vão mostrando o caminho, dando o exemplo. O poder nunca é ilimitado, quem tem poder tem de saber que existem limites. É assim em democracia. Benguela e Lubango não afrontam os seus dirigentes políticos, antes, defendem o bem comum. Há patrimónios que são de todos, é imoral a sua apropriação para ganhos privados.
Angola começa a perceber que o povo, além do momento em que deposita o seu voto na urna, pode e deve sim escrutinar e corrigir as acções dos decisores políticos. Para isso existem os tribunais, o direito à indignação, à liberdade de expressão.
A privatização da Praia Morena, em Benguela, é apenas mais um episódio, um passo mais daqueles que se julgam donos de tudo e a quem é preciso parar. No Lubango, a defender o Parque da Nossa Senhora do Monte, ergueu-se a voz do povo.
Agora, em Benguela também se faz ouvir a mesma voz. Em Luanda os abusos impuseram-se, mas há ainda e sempre muito por salvar. A defesa do bem comum é a melhor forma de se defender a paz social.