Por alguma razão o município da Nhareia no Bié tem sido referido com alguma insistência. Nos tempos do conflito armado, esta localidade no Sul do país foi palco de acesas refregas entre as forças governamentais e o então braço armado da UNITA.
Em tempos de paz, devido à capacidade e acutilância da sua administradora, Maria Lúcia Chicapa, o território tem estado, igualmente, na berlinda por conta das acções que vão sendo desenvolvidas em prol da sua circunscrição.
As dificuldades existentes um pouco por todo o país não têm servido de mote para que não se dê determinados avanços em termos de saúde, educação, empreendedorismo e mais áreas.
Por estes dias, faz-se eco em relação a uma iniciativa local para a construção de residências para famílias carenciadas em Nhareia, tendo-se recorrido a material local para a construção das mesmas, o que acaba por não onerar tanto a própria empreitada.
Quem vive em Angola acompanha os dilemas das obras públicas, certamente que já se viu constrangido com preços de muitas obras, que, independentemente do tamanho e qualidade, estão sempre orçadas em vários milhões de dólares norte- americanos. Durante anos, houve a desculpa dos acessos para justificar os preços.
Até mesmo de um pequeno quarto e sala, no interior, os administradores municipais, governadores provinciais e outras instituições a nível do próprio Executivo Central apresentam indicadores que, em certos momentos, levantam dúvidas.
As casas para os cidadãos vulneráveis estão a ser feitas com recurso a material local, como blocos de adobo, chapas de zinco e ainda iluminadas com uma solução solar para alegria dos beneficiários.
Se comparadas com muitas habitações construídas até com melhores meios, as residências T1 e T2 que nos foram dadas a ver não devem custar quase nada.
A utilização de materiais locais tem sido há muito defendido por muitos técnicos de construção civil para muitas zonas do país, à semelhança do que ocorre em muitos países, alguns dos quais por nós conhecidos.
Acredita-se que o concorrido e cobiçado mercado da construção civil, muitas das vezes aliadas a práticas obscuras, não tem permitido com que se aposte nestes materiais que diminuiriam o custo de muitas empreitadas.
Há casos em Angola que não exigiriam tanto milhões, como os que nos são dados a observar principalmente nas empreitadas públicas.