Que a Sonangol era um barril de pólvora que iria explodir a qualquer momento, isso já toda a gente sabia. Estamos apenas no início. Bastava ver como a empresa se tinha transformado numa espécie de sociedade de uma “casta superior” a qual muito poucos angolanos tinham acesso, nem mesmo os que sabem fazer, que usam bem o cérebro, apesar de boa parte dos “meninos bonitos” que lá habitam servirem rigorosamente para nada.
POR: José Kaliengue
Entretanto, não estivessem a morrer crianças por falta de medicamentos em Angola, até daria para rir com o que está a acontecer na empresa. Subitamente todos são impolutos. Aí, naquela empresa, nas administrações, ninguém sairia bem num teste de virgindade. Posto isto, que nos poupem, que não nos esfreguem na cara o que acumularam. Agora começam a sair os nomes. O Governo e o Estado que imponham a ordem e façam cumprir a lei. Que se crie um novo modelo de gestão e de recrutamento para a empresa, transparente. Que se despeça as sanguessugas instaladas. Fica muito difícil engolir que Saturnino não tenha tido uma ponta de vendeta pessoal na conferência de imprensa que deu sobre a Sonangol. Fica quase impossível imaginar que tudo isso não vá ter consequências políticas. Ficaria melhor que os “buracos” da administração de Isabel tivessem sido apresentados por uma entidade independente, ou pelo Tribunal de Contas (ainda existe?). Tal como teria sido melhor a Isabel, na sua resposta, ter dado uma entrevista a um jornal angolano. É que a Sonangol é nossa, não é portuguesa, pelo menos é o que julgamos.