Era para ser só mais uma estória, mas é difícil ver a mediocridade ganhar espaço e ficar de braços cruzados.
Eu quis falar do dirigente e do dirigido, mas sem pretensão alguma e sem saber como, os meus pensamentos foram comungando com os de Hitler que, certa vez disse a propaganda política patrocinada pelo Estado, quando apoiada pelas classes instruídas pode ter consequências importantes para quem governa.
Alândia seria o espaço para a estória, mas Luanda atraiu-me com o seu canto de Homem que governou o Paraíso e expulsou a escuridão.
Em Luanda me estacionei, mas fui pensando no povo de Alândia que, tal como o Luandês, viu realizar-se galas para se cultuar a mediocridade e promover a ignorância.
Tal como em Luanda, na Alândia também haviam concursos para novas gerações, havia a partidarização da classe artística, a criação de programas radiofónicos e televisivos para servirem de canais para a disseminação da propaganda do governo, que tinha como o objectivo de sufocar a liberdade do pensamento crítico, controlar a opinião do povo e desviá-lo das reivindicações.
Na Alândia o governo também recorria aos líderes de opinião, os jovens com alguma notoriedade pública para que os mesmos, com o investimento do governo, criassem eventos para a disseminação de ideias que comunguem com os interesses do grupo que governa.
Com o tempo, surgiu na Alândia, para o bem da maioria, uma classe intelectual não vendida e atenta, que se preocupava com o bem-estar dos desgovernados e fazia de tudo para não permitir a disseminação da propaganda política.
Com o tempo a mesma foi ganhando o seu espaço e foi usando o livro como pretexto para discutir os seus problemas e propor soluções aos mesmos.
Esse grupo, se me permitem dizer, virou um marco de juventude próspera na cidade de Alândia.
Ontem, enquanto procurava formas para trazer a superfície o que me corroía a alma, surgiu na minha mente o povo de Alândia como um balsamo para aliviar a minha dor, pensei nesse povo e considerei que seria bom os Luandeses imitarem as suas acções.
Pensei alto, mas tão alto que vi chegar junto de mim um senhor de velha idade que me disse baixinho. – Não fica distraído, moço.
As coisas estão a acontecer! Existe uma classe de jovens inteligentes que entenderam como as coisas funcionam e têm estado a trazer o conhecimento em diferentes formas de modos a ajudar os concidadãos a alcançar a tão desejada liberdade e não mais cultuarem a mediocridade.
Por: Dito Benedito