Era expectável que quase 50 anos depois de se atingir a independência e com um longo e penoso conflito armado pelo caminho, o sentimento de patriotismo de muitos em relação a Angola se fosse acentuando tanto quanto ao propalado amor que muitos dizem sentir por este país. Acreditamos que existam razões várias para que muitos assim se comportem. Porém, ao longo dos anos, os indícios vão demonstrando que necessitamos urgentemente de um programa que possa devolver aos angolanos, no geral, aquilo que seria o normal.
Quando se vê cidadãos de muitos países defenderem os seus territórios e muitas das causas comuns dá inveja. Por exemplo, a forma como muitas diásporas se mobilizam na criação de condições, nas remessas financeiras para os seus países de origem ou até mesmo para auxiliar as acções dos seus governos ou até filantrópicas diferem daquilo que vamos assistindo entre nós. Um pequeno post de um amigo, na rede facebook, sobre a intervenção de um entrevistado num conhecido programa radiofónico, resultou em impropérios em que, seguramente, alguns dos que o faziam não tinham noção, restando usar a célebre frase de Jesus Cristo: ‘Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem’.
Então, o convidado luso, por sinal jornalista, questionado no programa sobre a relação entre Angola e a imprensa portuguesa, salientou que existe da parte dos seus correligionários uma ‘actuação muito tendenciosa’. E mais: ‘a imprensa lusa não gosta de Angola’.
Trata-se de uma informação dura, às claras, de um profissional que desde sempre esteve ligado aos meios de comunicação social daquele país, que saberá as razões pelas quais trouxe à liça esta pesada confirmação.
Aliás, se recuarmos alguns dias, lembrar-nos- emos da célebre informação de que mais de 100 angolanos que se encontravam a participar nas jornadas mundiais da juventude haviam fugido. Na verdade, não havia sequer provas da fuga dos angolanos que lá se encontravam, como se veio a provar, assim como nem sequer um desmentido por parte dos órgãos que passaram tal informação se viu.
Para muitos, certamente que se trata de uma informação normal cujas culpas devem também ser atribuídas aos governantes angolanos por suposta má gestão ou ainda devido aos problemas sociais e económicos que se enfrenta actual.
Infelizmente, muitos angolanos ainda não se conseguem colocar no papel em que, mesmo que não se goste de alguém ou de uma instituição, há momentos em que o país deve estar em primeiro lugar. Tão simples quanto isso, tal como muitos cidadãos em países até em situações piores que as nossas que não abominam o país que os viu nascer e até alimentam a partir daqui muitos que hoje estão na referida diáspora.