Em tudo na vida é preciso conhecermos as causas e posteriormente a consequência. É assim que as coisas funcionam, independentemente das actividades em que nos envolvemos em termos políticos, económicos, sociais e até desportivos.
Nos últimos dias, um dos aspectos mais negativos que a própria sociedade vai conhecendo é a forma como são tratadas determinadas figuras e instituições do país, sendo que alguns dos agressores, em termos psicológicos e até físicos, se escudam no facto de que se vive um ambiente económico e social extremamente difícil.
Longe dos tempos em que se tinha um certo temor reverencial por quem trajasse uma farda, não obstante o facto de ostentar uma patente de oficial ou não, vamos assistindo agora a uma fase em que mui- tos cidadãos pretendem banalizar aqueles que, em princípio, nos garantem a segurança que tanto desejamos. Nos bons e até nos maus momentos.
Assistiu-se, inicialmente, dois cidadãos que travaram um agente, em Luanda, para que um terceiro pudesse levar a sua motorizada, mesmo depois de ter atropelado uma senhora.
Vimos em Benguela um outro que reteve um agente de trânsito para que um segundo pudesse fugir. E ainda nesta província, registou-se, nas últimas duas semanas, um outro caso em que um cidadão terá furtado a pistola de um agente da corporação.
Com uma certa celeridade, vamos assistindo um aumento de situações em que se vai denotando um acentuado desrespeito aos homens que são o garante da segurança pública e criticados muitas das vezes quando estão ausentes.
Curioso é que exista ainda quem se dê ao trabalho de filmar e até incentivar, de forma directa ou indirecta, um comportamento destes que a todos deveria envergonhar. Cada um dos angolanos deveria ser o primeiro agente a denunciar e a condenar veementemente aqueles que agem desta forma.
O caso do militar que lutou com o agente de trânsito, condenado esta semana a alguns meses de prisão, deve servir de base para que se aja nas outras situações que possam ocorrer. É necessário um julgamento sumário e expor a imagens destes cidadãos anormais que não se coíbem depois de apontar o dedo às autoridades quando se virem confrontados com uma situação que exija a actuação da Polícia Nacional ou de outros órgãos de defesa e segurança. Por outro lado, é ainda imperioso que outras organizações, como partidos políticos, organizações da sociedade civil, igrejas e demais se envolvam nesta luta no sentido de se manter a integridade das forças e não manchar a autoridade e o respeito que se deve ter em relação aos efectivos da Polícia Nacional e outros.