Há dias, uma imagem divulgada por um dos responsáveis da Associação de Hotéis e Resorts de Angola mostrava um casal, numa das lindas praias do Sangano, que chegou ao país depois de uma tentativa de entrada durante vários anos. Noutro post, observa-se, igualmente, um outro turista, que acredito ser português, também satisfeitíssimo por poder observar umas maravilhas em Angola, país que também acreditava vir a conhecer um dia destes. E ontem, num grupo de amigos, foi-nos mostrada uma turista motard, que se supõe originária de um país anglófono, desbravando as lindas e exuberantes paisagens da Muxima, aqui pertinho, onde buscava a todo o custo encontrar um lugar para pernoitar ou apenas descansar durante alguns minutos.
Quem acompanha as informações que vão sendo prestadas semanalmente pela porta-voz do Serviço de Migração e Estrangeiros, Domingas Mendonça, se aperceberá que, de facto, o país vai registando um aumento considerável de cidadãos de outros países desde que se tomou a medida de isentar vistos de turismo para 98 países. Isto é, entre africanos, europeus, americanos e asiáticos. Apesar dos enormes problemas que ainda vai ultrapassando, Angola vai aos poucos se tornando um destino turístico para muitos turistas.
Não só os que habitam nos países vizinhos, como a Namíbia e África do Sul, mas também daqueles provenientes de outros países e continentes, alguns dos quais, seguramente, convencidos pelas informações que surgiram, nos últimos tempos, em órgãos de comunicação social que escolheram o nosso país como um dos locais a se visitar este ano. Conhecendo a discrepância em termos de condições a nível das províncias em termos de alojamento, espaços turísticos, restaurantes, resorts e outras atracções, assistiremos a várias situações como aquela em que a motard procura por um sítio na zona da Muxima. Para muitos, aquelas imagens podem significar que ainda não estejamos em determinados segmentos prontos para a demanda que se poderá observar com a abertura provocada pela isenção de vistos.
Um ledo engano. Quem viaja por muitos territórios em África e até mesmo noutros continentes saberá que este tipo de situações configura-se, felizmente, numa oportunidade para os mais visionários, por exemplo. Sem hotéis de ponta ou resorts mais aprumados, o interior do país, e até mesmo nas grandes cidades, possui condições e estruturas que, transformadas em alojamentos rurais e não só, podem alavancar a economia destes espaços, desde que bem aprumadas.
Mais do que se pensar em grandes unidades, que acabam por, certamente, criar mais postos de trabalho e gerar mais receitas para o Estado, ao INFOTUR e outras instituições compete nesta fase também despertar a consciência dos angolanos sobre como poderão contribuir e aproveitar estes bons momentos que vamos assistindo. O turismo não é só para os grandes, porque os pequeninos acabam sempre por fazer diferença, a partir das vilas, comunas, bairros ou em pequenas aldeias.