É comum dizer-se que o homem, incluindo a mulher, com certeza, deve fazer três coisas na vida: fazer um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. É o que se diz. Aliás, há quem procure cumprir à risca este plano. Pessoalmente, os filhos já estão feitos, as árvores vão sendo plantadas e o livro talvez ocorra quando entender melhor as palavras.
O destino tem feito com que a busca por um filho seja, às vezes, um longo e tortuoso percurso para muitos, enquanto existe, entre nós, quem os faça sem o mínimo de responsabilidade. Mas, ainda assim, é para muitos a parte mais fácil do cumprimento dos ditos mandamentos que o homem deve executar enquanto for vivo, relegando para o segundo plano os outros dois.
Do livro, que é também uma tarefa fácil para os mais calejados, poucos irão conseguir. Passe dias, meses e até mesmo anos, rabiscar umas palavras para um romance, conto, poemas ou até ensaios obriga antes que se desfaçam folhas, se delete textos iniciais ou se espere já depois de velhote para se trazer umas memórias à maneira. Mas o que fazer se também consta dos três mandamentos que um dia alguém inventou? Por fim, caso não se alcance as duas primeiras missões, plantar uma árvore é a tarefa que resta. E aquela que se mostra mais acessível, sem muitos custos e distante dos sacrifícios que um livro ou ter um filho pode representar para muitos cidadãos.
Qualquer um de nós, consiga ou não realizar as outras tarefas, por razões físicas, económicas ou biológicas, certamente que conseguirá plantar uma árvore. Não importa quanto custe a muda. Trata-se de um exercício simplíssimo, mas extremamente importante nos dias que correm. Há dias, o Governo Provincial de Luanda lançou um programa que prevê a plantação de um milhão de árvores na província.
Para muitos, pode significar uma enorme aventura, mas se tivermos em conta o número de habitantes que a província possui hoje, estimado em perto de 10 milhões, e parte dos seus moradores pudessem plantar uma árvore num único dia, claro que se atingiria esse desiderato rapidamente. Numa fase em que o preço do leite pode estar puxado e queimar os neurónios ainda exige muita concentração, começar pela plantação de árvores pode ser a melhor opção. Aliás, há muito que Luanda e outras províncias clamam por isso devido à excessiva desmatação e as elevadas temperaturas que se fazem sentir.