Revi Malanje nos últimos dias. Foi uma viagem rápida, mas sempre que lá estou me sinto em casa. Aliás, devido às relações umbilicais, não há como se sentir de outra maneira.
Desde que me conheço, nunca pisei a nossa ‘Terra Santa’ recorrendo a um avião. Quando mais novo, nos tempos que lá se foram, o recurso sempre foi o comboio, aquele mesmo saudoso que parava na Estação do Tunga Ngó, aportuguesado por outros como a Estação dos Musseques.
A última viagem de comboio, já nesta fase do Homem Novo, foi uma tragicomédia. Mas é um capítulo ao qual regressaremos um dia destes, porque nunca tinha pensado que um dia fosse ver uma locomotiva que necessitasse de apanhar balanço para ultrapassar um terreno elevado.
Neste regresso a Malanje, como não podia deixar de ser, fizemo-lo por estrada, usando a única e conhecidíssima Estrada Nacional 230, martirizada nuns pontos, mas renovada noutros, diminuindo o tempo de viagem.
A ligação entre Catete–Maria Teresa–Triângulo do Golungo e Ndalatando é feita aos solavancos. São buracos atrás de buracos, que agora serão intervencionados por algumas empresas angolanas. Provavelmente, dentro de um ano se complete a ligação entre o Leste e a capital do país.
Entretanto, fica-se por saber se vamos, outra vez, preferir ver enterrados os largos milhões de dólares que estão a ser investidos, descurando-se da manutenção das estradas nacionais, como a 230, que a partir de Malanje já encurtou, significativamente, a viagem até às Lundas Norte e Sul.
Na verdade, já não faz qualquer sentido que a resolução de determinados buraquinhos, antes de ganharem estatutos para buracões, como diria o finado Dario de Melo, aconteçam a partir de Luanda, particularmente da Mutamba e arredores.
É preciso que se transfira tal responsabilidade aos governos municipais ou até mesmo aos provinciais. São eles, na verdade, que conhecem os problemas e as dificuldades geradas nos troços que estão sob suas circunscrições.
Algumas delas até já possuem pequenas unidades do Fundo Rodoviário Nacional, inaugurados com pompa, mas que continuam às moscas perante os estragos que as vias vão sofrendo. Que se dê, no mínimo, utilidade àquilo que já existe e aos homens que haviam sido seleccionados.