Encontrei-me no dia da inauguração do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto com o Alfeu Vinevala. Há muito que não falamos presencialmente, tendo havido um desencontro na minha última passagem pelo Bié, durante uma missão de trabalho.
Recordo-me de um dia destes, numa edição do jornal OPAIS, o termos colocado numa manchete próximo daquela que era — ou ainda é — uma das mulheres mais ricas de Angola. Neste dia, o companheiro agricultor assustou-se dizendo que não poderia estar aí por- que, dificilmente, poderia chegar aos pés dela. Só que o tempo passou.
E bem. Ele é também conselheiro do Presidente da República, João Lourenço, e aí estava entre os poucos que acabaram seleccionados para o grande momento que até hoje ainda se fala. Alfeu é por muitos conhecido como o rei da bata- ta rena por ser um dos maiores produtores desta cultura no país, com propriedades entre o Bié e Huambo.
Hoje estendeu os seus tentáculos a outras províncias, assim como as culturas, colocando o planalto central e o Cuando Cubango na lista de circunscrições que produzem trigo no país. Quem o viu há alguns anos, apregoando o que tencionava ver feito nos campos de cultivo, vê nele uma imagem de sucesso entre os empreendedores agrícolas em Angola, que palmo a palmo fizeram nas zonas tidas como mais remotas como campos que alimentam as pessoas com fome nas grandes cidades.
Esta segunda-feira, num encontro com jornalistas, o ministro da Agricultura e Florestas, António Assis, apresentou o quadro do país em termos de produção de grãos, tubérculos e outros, mostrando existir ainda uma extensa área que, se aproveitada pelos angolanos, particularmente jovens, poderão atingir o sucesso e a realização que também almejam nas cidades.
Há, ainda, muitos campos para se produzir. O fazer-se, com isso, nascer novos Alfeus e outros que poderiam tornar o país auto-suficiente em termos de grãos e outros produtos que fazem com que Angola tenha de gastar ainda mais de 10 mil milhões de dólares todos os anos para alimentação sobretudo.
Tem razão o ministro quando diz que nunca se falou tanto de agricultura no país como ago- ra. Dizem os muitos bancos que haverá dinheiro disponível. É preciso, então, que se encon- trem fórmulas que possam fazer com que os milhares de jovens que se encontram nos grandes centros habitacionais, muitos dos quais desempregados, participem deste esforço nacional.
Distante das épocas anteriores, em que se olhava o campo com algum menosprezo a nível interno, afinal é lá onde está o que mais precisamos: alimentos. O que acaba por gerar vários milhões de dólares distante dos fatos e gravatas que para mui- tos significa poder. Mas não é