O que os angolanos comem e bebem é motivo de inúmeras preocupações, porque se sabe que muitos dos produtos que entram no país têm origem duvidosa. Só Deus para nos salvar de muitas provações que nos chegam pelos pratos, copos e garrafas.
Domingo, enquanto labutávamos preparando mais uma edição deste jornal, um amigo queixou- se da qualidade do queijo e da manteiga por ele adquiridos num conhecido centro comercial em Luanda. Dizia ele, com o semblante carregado, que, apesar de ter colocado a frigideira no fogo durante mais de 10 minutos, quando colocou o produto em momento algum este se dissolvia, o que acabou por aumentar ainda mais a sua preocupação.
O rapaz jura que nunca mais compra manteiga nem vai frequentar a referida loja. Saberá ele porquê, mas o certo é que muitas das coisas que vão acontecendo entre nós são de bradar aos seus.
Houve um certo momento em que se falava sobre a existência de um suposto arroz de plástico. Mas, tempos antes, corriam vídeos e fotografias nas redes sociais sobre um tipo de peixe que parecia que nunca cozia, remetendo-nos para a famosa época do famoso ‘feijão duro’, cuja cosedura implicava horas e horas ao lume. Quanto mais se melhoram os serviços de inspecção e fiscalização, as informações que nos surgem não são nada agradáveis, por demonstrarem a quantidade de produtos tóxicos que vão sendo ingeridos pelos angolanos e danificando a sua saúde, enquanto do outro lado os empresários chico-espertos se vão enriquecendo.
Foi o que se viu com os famosos pacotinhos de whisky e amarula que vão ‘envenenando’ dia após dia centenas ou milhares de jovens nos bairros periféricos e nas grandes cidades. As condições das fábricas e os ingredientes utilizados, exibidos pela ANIESA, revelam o comportamento criminoso perpetrado por muitos cidadãos, sobretudo empresários estrangeiros que pensam ter chegado à ‘terra de ninguém’ para empreenderem de qualquer modo.
Como se não bastasse a bebida, soube-se, ontem, que esses actos criminosos e nocivos à saúde está também nas famosas shishas, uma espécie de cigarro que se espalhou pela capital do país e noutros pontos por intermédio dos comerciantes árabes e não só, sendo hoje um motivo de atracção de muitos jovens.
Só que estes não sabem o quanto irá custar estas baforadas esporádicas. É preciso que saibam que num simples toque naquele aparelho o fumador estará a consumir o equivalente a 60 cigarros numa única sentada, podendo provocar também problemas cardíacos e outros à saúde. Agora resta saber até que ponto as autoridades vão conseguir retirar os meios espalhados pelo país, assim como os cigarros com vários sabores que, infelizmente, continuam a ser comercializados nas ruas, mercados e até em estabelecimentos comerciais.