A dois anos das eleições, começam a ser visíveis os sinais do que poderá ocorrer em 2027, altura em que os partidos políticos irão às urnas para o pleito geral. Depois de acusações feitas em torno da revisão da Lei Eleitoral, o dia de ontem foi marcado por contestações durante a tomada de posse do presidente da Comissão Nacional Eleitoral.
Depois de um primeiro mandato à frente dos destinos da organização, que, aquando da indicação de mais comissários, também já esteve em ebulição, Manuel Pereira da Silva ‘Manico’ deverá cumprir o segundo mandato, que foi reeleito à luz de um concurso do Conselho Superior da Magistratura Judicial.
Apesar da retirada da sala dos parlamentares da UNITA, o maior partido da oposição, a escolha no Parlamento contou não só com o beneplácito do partido no poder, o MPLA, assim como das demais formações políticas representadas no hemiciclo. Ainda assim, existindo quórum para o efeito, adivinha-se que o assunto venha a correr mais tinta por parte do maior partido da oposição, que inclusive viu chumbada uma das reclamações apresentadas ao Tribunal Constitucional.
Num despacho datado de 16 de Abril, ou seja, do mês em curso, o referido tribunal decidiu indeferir liminarmente o pedido de impugnação da tomada de posse por considerar a requerida, a Assembleia Nacional, ilegítima. À semelhança do que ocorreu em pleitos anteriores, as últimas polêmicas parecem ter aberto a época de reivindicações que se concluirá, uma vez mais, após a publicação dos resultados daqui a dois anos.
Durante a tomada de posse, ontem, Manico já apresentou as suas linhas de força, demonstrando que não irá cruzar os braços, independentemente das contestações. Para já, algumas questões ficam por se saber em relação ao funcionamento dos comissários eleitorais durante os trabalhos que se avizinham na organização. Isto é, se também deverão optar pela política de cadeira vazia ou então irão preferir lutar dentro das instituições, como se soe dizer.
Desde que o país adaptou o multipartidarismo, quase que não há figuras que se tornaram consensuais a nível do próprio processo para todos os partidos participantes, embora também de forma regular as instigações do próprio Estado tomem as decisões que se impõem.
Aguarda-se então pelos próximos passos. O certo é que o país deverá ir às eleições em 2027. E com uma organização que encabece o processo, à semelhança dos pleitos anteriores. No fim, que vença o melhor.