Alguns dias depois de o Presidente da República, João Lourenço, ter inaugurado o Hospital Geral de Viana, situado no Zango, um comunicado da sua direcção espelhava que, doravante, os seus funcionários passariam a ser revistados à saída da referida instituição. À primeira vista, um comunicado do género chegava a ser ofensivo.
Afinal, que responsáveis são estes que têm necessidade de olhar para as bolsas e outros bens que os funcionários levam, principal- mente num hospital em que as pessoas entram e saem à procura de cuidados de saúde?
Dias depois, na sequência de algumas investigações, fomos informados de que muitos funcionários levavam mochilas, pastas e outros acessórios para subtrair medicamentos e outros bens colocados para atender pacientes e apetrechar a própria instituição.
Não se tinham decorrido sequer uma semana desde a inauguração, mas o roubo era uma constante, o que fez com que a direcção da instituição tomasse as referidas medidas, embora pudessem ser vistas por muitos como sendo draconianas.
Estávamos em Abril do corrente ano. Já lá vão seis meses. Preferimos acreditar que a tendência que se observava no referido hospital tenha sido ultrapassada, porque, afinal, não é nada bom que se desconfie de quem se pensa que esteja para servir.
Neste tempo, outras unidades sanitárias foram abertas no país, algumas de maior e outras de menor dimensão.
Ontem, por exemplo, o Presidente da República, João Lourenço, inaugurou no Cuanza-Sul um novo hospital regional, baptizado com o nome do comandante cubano Raúl Díaz-Argüelles Trata-se de uma obra imponente, à semelhança de outras que foram erguidas no país, assim como de algumas unidades que virão a ser inauguradas este ano e nos que se seguem.
Com cerca de 200 camas e capaz de atender às necessidades dos cidadãos, sobretudo em doenças e serviços até então inexistentes nas referidas circunscrições em que estão a ser instaladas. Gostaria imenso de ter nos próximos dias boas referências sobre o atendimento, a satisfação dos populares em relação à assistência médica e medicamentosa.
Não gostaria que se escutasse o mesmo que ouvimos e vimos quando se abriu o Hospital Geral de Viana, onde os funcionários inicialmente preferiram subtrair medicamentos e outros bens que se supunha ser apenas para os cidadãos que acorrem à referida unidade sanitária. Uma das maiores exigências dos populares ao Executivo saído das urnas em 2022, nas eleições vencidas pelo MPLA, tem sido a criação de serviços de saúde e outros.
No campo da saúde, é quase ponto assente que muito está a ser feito em termos de infra-estruturas e até mesmo na redução de índice de mortalidade, porém agora se espera que os técnicos, médicos, funcionários administrativos e os angolanos, em geral, cuidem do bem público que está a ser colocado à disposição.
Não é bonito que se escute, como se ouviu há dois meses, que são os próprios funcionários que estejam a furtar medicamentos e outros equipamentos. Como se nunca estivessem preparados para labutar em melhores condições, como as que vão sendo construídas e inauguradas.