Um dos textos mais marcantes com que cada angolano se depara no início da vida deve ser aquele que diz que ‘Angola é um país grande, rico, belo e generoso’.
Trata-se de um daqueles chavões com que crescemos. E mesmo sem esforços, há quem cresça acreditando que vai usufruir na plenitude essa mesma riqueza pelo simples facto de ser angolano e ter nascido neste solo que alguns abandonaram e outros acreditam que um dia se irá afirmar no contexto das Nações.
Muitas vezes, a participação ou aquisição desta mesma riqueza nasce de simples actos que poderão alavancar a economia do próprio país, aumentando o número de oportunidades e postos de trabalho.
Tem se dito que o turismo é a indústria da paz. É aquele segmento em que todos podem participar de forma directa ou indirecta, sobretudo aqueles que produzem – de forma manufacturada ou industrial – bens que podem levar os turistas a se identificarem com Angola, os seus monumentos e sítios.
Ontem, por exemplo, o Conselho de Ministros analisou a proposta avançada, recentemente, pelo Executivo de atribuição de vistos de turismo a cidadãos de 20 países, principalmente dos mais desenvolvidos do mundo, o famoso G 20.
Há quem tenha olhado, se calhar, para esta medida como sendo populista, desvalorizando a importância que a entrada e saída de pessoas tem para o desenvolvimento das economias onde se deslocam com regularidade, seja em turismo ou realizando outras actividades.
Há países, alguns dos quais mais pobres que Angola, que fizeram do turismo uma das mais importantes fontes de receita. Há outros, mesmo sendo bafeja- dos pela sorte em termos de recursos naturais e outros que nunca descuraram do contributo que este sector tem dado às suas economias.
A grande diferença é que para uns turismo é mesmo negócio. É uma fonte que não pode ser menos- prezada, fazendo com que inúmeros cidadãos destes países se esmerem na criação de condições para que aqueles que lá aportem se sintam bem tratados a todos os níveis, o que fará com que convençam outros a lá chegarem.
Angola tem riquezas suficientes para receber os visitantes que desejar, embora se acredite que exista ainda muito por se fazer. Mas turismo há vários, alguns dos quais só depende exclusivamente das condições que os próprios angolanos criarem para que o país avance.
Dirão alguns que as condições dependem do Executivo. Talvez nalguns pontos. Mas um cidadão bem- humorado, respeitoso e atencioso, num restaurante ou outro estabelecimento, é capaz de prender o cliente sem que isso se fixe num decreto. Ao se abrir o país para o mundo, abrir-se-ão igualmente inúmeras oportunidades que cada um poderá aprovei- tar desde que prevaleça em nós o interesse nacional.