Até hoje, por incrível que pareça, ainda se discute sobre os benefícios do Programa Integrado de Intervenção aos Municípios (PIIM), sobretudo devido à retirada de dinheiro do Fundo Soberano, que se acredita estar a ser investido para as futuras gerações.
No caso angolano, embora se tenha, inicialmente, mostrado muitos investimentos durante o período de arranque, casos houve em que parece que os fundos acabavam por servir outros interesses. Aliás, se virmos depois os problemas que se levantaram, fica-se igualmente com a sensação de que aquilo que se pretendia servir às futuras gerações pode ter já alimentado os desejos insaciáveis de quem está no presente.
Quando se passou parte dos montantes para o Fundo Soberano para o Programa de Intervenção aos Municípios, para a construção de escolas, postos e centros de saúde, reabilitação de estradas, quadras polidesportivas e outras infraestruturas, não se deixou de modo algum de se observar a preparação daqueles que um dia virão a ser os médicos, professores, desportistas e outros quadros que o país tanto precisa.
São hoje, no total, mais de mil projectos avançados, muitos dos quais vão dando resultados directos, melhorando a vida das pessoas e das suas comunidades. Embora existam outros ainda em curso que não terão sucumbido aos vícios e a burocracia ainda presentes em muitos sectores da Administração Pública e não só.
Ainda várias infraestruturas, sobretudo escolas, centros médicos e postos de saúde por ser concluir que a esta hora iriam servir as comunidades e diminuir ainda mais o fosso existente, particularmente o número de crianças fora do sistema de ensino.
Os números apresentados assim demonstram. Por exemplo, no município da Matala, na província da Huíla, existam mais de 12 mil crianças fora do sistema de ensino, muitas das quais não previam se- quer que pudessem se sentar numa carteira dentro de uma sala condigna. Mas o PIIM, através de sete escolas, fez com que esse número de meninos recuasse para mais de 5 mil, mais de metade, embora o desejável fosse que nenhum deles ficasse sem hipótese de frequentar a escola.
Existirão outros casos como os da Matala noutros pontos do país. Localidades onde a esta altura já se começa a sentir os efeitos desta iniciativa presidencial, que acabou sendo criticada também por mui- tos pelo facto de se ter mexido nas verbas do Fundo Soberano de Angola.
Na reunião da última semana, no Cuanza Norte, decidiu-se que o Executivo terá uma atenção particular às obras que se encontram paralisadas. Foram várias as razões apontadas, algumas das quais os próprios empreiteiros apontam o dedo ao dono das empreitadas, uma situação que deve ser rapidamente ultrapassada porque os principais beneficiários já não aguentam de tanto esperar por escolas, postos de saúde, estradas e outros serviços.