Não vai muito tempo que o ministro das Obras Públicas se deslocou a uma província por causa dos apartamentos numa centralidade cujos titulares não ocupam os referidos imóveis.
Visivelmente agastado com a situação, o governante terá mesmo dado um ultimato para que os proprietários ocupem os espaços, caso contrário poderão mesmo ser afastados e os apartamentos entregues àqueles que verdadeiramente precisam.
Enquanto milhares de angolanos, sobretudo jovens, lutam para conseguir um terreno e erguer as suas residências — ou ainda obter um apartamento numa das centralidades construídas pelo Estado —, do outro lado há indivíduos que vão coleccionando apartamentos e apartamentos.
Há mesmo quem, depois de ter conseguido numa centralidade, ainda assim se beneficiou de outros imóveis pelo país a adentro. Com certeza são muitos destes que não conseguem tornar-se omnipresentes para ocuparem os imóveis um pouco por este país.
Infelizmente, devido às facilidades que têm de estarem ligados aos processos de aquisição de imóveis, ainda assim não se coíbem em amealhar cada vez mais, afastando do caminho outros interessados.
Se este é apenas um dos problemas que assistimos sempre, o mais caricato é que ainda existam, por exemplo, em determinados pontos do país residências desocupadas e a se deteriorarem.
Uma notícia publicada pela Angop é aterradora: uma centena de residências afectas ao projecto habitacional Mwono Waha, localizada há cerca de 13 quilómetros de Saurimo (Lunda-Sul), estão a ser alvos de vandalização por desconhecidos, por não estarem habitadas, preocupando os moradores daquela urbe.
No condomínio inabitado observa-se ausência de tecto, janelas, portas, vandalização da louça sanitária, sistema eléctrico e cheiro nauseabundo.
E pior: o espaço agora tem servido de esconderijo de malfeitores e muitos jovens a fumar estupefacientes.
Enquanto milhares lutam para conseguir um tecto para acolher os seus familiares, não se pode compreender como é que um complexo residencial esteja a cair aos pedaços sem que seja ocupado. Não seria nada errado se se atribuísse as residências aos cidadãos para que concluam se necessário for.