Muito se tem escrito sobre a vinda de Joe Biden a Angola no próximo mês de outubro, onde deverá permanecer entre os dias 13 e 15.
Há, por um lado, os apoiantes das acções do Executivo que vão demonstrando, como não poderia deixar de ser, um enorme entusiasmo sobre os resultados desta visita para o país, carente de investimentos e esperançoso em alterar o rumo socioeconómico que se vive neste momento.
Há do outro lado, formado sobretudo por membros de determinados partidos da oposição e até certos indivíduos, que se apresentam como ferozes asserimos da tese de que nada se irá alterar nos próximos tempos entre os dois países e que até os americanos só vêm mesmo tirar partido do que lhes interessa.
E ponto final. Alguns não se coíbem até em maldizer as acções do Executivo. Uns fazem-no por escrito, debitando tudo o que lhes vem à alma, e outros nas habituais lives, onde não conseguem sequer esconder a falta de paixão que têm com tudo que tenha a impressão do Governo do Presidente João Lourenço, as suas acções e resultados.
Mesmo quando os beneficie. Diplomaticamente, é indiscutível que se está perante um ganho assinalável das autoridades angolanas. É sabida as animosidades que existiram entre os EUA e Angola, sobretudo no tempo da guerra fria, e hoje, a olho nu, observa-se o incremento das relações. Do ponto de vista económico, há igualmente uma forte aproximação.
Nunca se tinha visto também interesse da terra do Tio Sam a Angola como nos últimos tempos, sendo, por estes dias, o investimento no Corredor do lobito o mais acentuado.
Embora os ganhos destes investimentos e aproximações do ponto de vista político se possam reflectir naquela organização que está no poder, no caso o MPLA e o seu Executivo liderado por João Lourenço, o alcance de tudo quanto for obtido nestes encontros são para o país e os angolanos em geral.
Isto é, independentemente da cor política, religião, cor, como se pode observar nalguns postos de trabalhos já conseguidos nos projectos em que estão os norte-americanos ou os financiaram. Pena é que muitos não conseguem observar isso com mais olhos, mais angolanos e menos partidários.
De tudo quanto tem sido escrito, sobretudo por políticos da oposição, é mister reconhecer o posicionamento do deputado Nuno Dala, da UNITA, que conseguiu vislumbrar uma visão nacional e o interesse entre os dois Estados que estarão em jogo.
Sem as habituais críticas que se fazem, olhando para Angola enquanto país como os Estados Unidos, mas onde cada um deverá buscar ao máximo satisfazer o seu interesse. Angola tem interesses que podem ser satisfeitos directamente ou por influência dos norte- americanos.
De igual modo, os americanos também. Aspectos como estes, reais e que influenciam a vida de todos, devem ser encarados longe das querelas internas que possam existir.
E foi deste modo, a meu ver, que o jovem político prefere observar. muito distante de muitos dos seus companheiros de bancada e da própria assembleia que podem até estar a torcer por algo de errado para usarem depois como arma de arremesso político noutras alturas.