Cerca de um mês antes de ter sido exonera- do das funções de comandante da Polícia Nacional e delegado do Ministério do Interior no Namibe, o então comandante Limão reuniu-se com jovens motoqueiros que se dedicam ao exercício da actividade de mototaxi, exigindo destes mais responsabilidade.
À semelhança do que acontece nas demais províncias do país, o oficial da Polícia pretendia que os mototaxistas exercessem as suas actividades com mais profissionalismo, impondo uma rigoroso controlo em que estes deveriam ter as motorizadas impecáveis, assim como os próprios também possuíssem carta de condução e o respectivo seguro.
Não sei como estará o processo actualmente. O certo é que os novos responsáveis da Polícia Nacional afastarão o comandante Limão. É provável que o seu sucessor dê continuidade a algumas das acções, mas sabendo-se que grande parte dos nomeados não dá continuidade aos projectos do antecessor, talvez se tenha engavetado a iniciativa que visava organizar a actividade de mototaxi no Namibe.
A cada dia que passa, em quase todo o território nacional , aumenta significativamente o número de jovens que fazem do mototaxi a única alternativa para contornar a falta de empregos e, assim, conseguirem sustentar as sua famílias.
Luanda, a capital do país, é hoje um dos locais onde os motataxistas mais se implantam, não havendo hoje qualquer município ou bairro que esteja livre os homens das duas ou três rodas.
Há bairros em que são estes os únicos que movimentam a circulação de pessoas e bens, razão pela qual já não se deve descurar a importância destes, cabendo apenas às autoridades a regulamentação da actividade, exigindo dos profissionais maiores responsabilidades.
O que se vai observando em relação aos mototaxistas, em muitos locais em Luanda, sobretudo, é a excessiva anarquia com que funcionam. Não respeitam os sinais de trânsito, circulam em sentido contrário quando bem entendem e colocam os passageiros constantemente em perigo.
E pior: alteram as características das motorizadas, sendo que muitas delas até circulam sem faróis, mas nem por isso deixam de circular sobretudo às noites. E há cada vez mais jovens que assim o fazem sem qualquer remorso, apesar do perigo que isso representa. E não parece que a Polícia Nacional queira saber disso, o que faz com que este exército de kupapatas aja como se não devessem obediência a nada. Tal como o fez o comandante Limão no Namibe, é imperioso que os demais responsáveis da Polícia Nacional exijam dos mototaxistas um comportamento e uma actuação que vá de encontro com as regras de trânsito vigentes no país.