É por demais sabido que não há cargos nem quaisquer posições que sejam eternos. Além de Deus, não se conhece outros que estão seguros de que irão desempenhar as suas funções até ao dia em que quiserem, embora exista pelo mundo indivíduos em posições políticas que só a morte os afastou.
Na maioria dos casos, para quem é presidente, por exemplo, nas democracias, acabam por ficar durante dois mandatos. Há casos de países que em ter- mos legais permitem um terceiro mandato, embora noutros o façam somente de forma intercalada. Quanto aos cargos inferiores, os de ministros, vice-ministros, governadores, comandantes da Polícia ou até mesmo das Forças Armadas, alguns permanecem até que impere a vontade presidencial ou noutros casos os mandatos indicados.
Porém, durante este período, são vários os projectos efectuados. Alguns acabam por sair dos papéis, ao passo que outros ficam engavetados. É a mais pura realidade, apesar das estatísticas bonitas que são apresentadas na hora dibai. Entre os projectos efectuados, em qualquer organização, por exemplo, existem aqueles que por mérito deveriam prosseguir quando os então responsáveis são substituídos por novos. Ao passo que os maus projectos, como sempre, deveriam mesmo ser melhorados ou até riscados se se vier a comprovar algum efeito nefasto para a instituição ou para os beneficiários.
Em Angola, infelizmente, são poucos os casos em que se denota um prosseguimento das acções dos antecessores. São muitos os ministérios em que projectos, alguns dos quais já tinham iniciado, que acabaram por ser engavetados. Diz-se à boca pequena que os projectos novos acabam por ser mais apetecíveis, porque acabam sempre por render alguma coisa para os novos integrantes da instituição.
E, muitas das vezes, esse facto faz com que eles não se interessem em projectar aquilo que foi bem feito pelos seus antecessores, optando por se passar uma borracha em tudo como se este padecesse de alguma doença contagiosa que tivesse infectado até as coisas boas deixadas. Tenho, nos últimos tempos, observado o estado em que se encontram os postos de prevenção da sinistralidade rodoviária instalados em vários pontos do país na época em que o Ministério do Interior era dirigido por Sebastião António Martins.
Apesar da importância que os mesmos ainda possuem, uma vez que os acidentes de viação constituem hoje uma das principais causas de morte no país, ainda assim é quase certeza de que todos aqueles que o antecederam têm olhado de soslaio para as referidas infra-estruturas e meios. A cada dia que passa quase que os postos de prevenção da sinistralidade vão definhando. É uma pena.