Muitas vezes, quando se olha para um vice-governador em Angola tem-se a percepção de que está aí apenas um homem do governador. Em muitos casos, talvez por confiança política cabe a estes últimos indicarem alguns dos seus coadjutores, sendo que muitas das vezes acabam por ser atendidos.
Em muitos casos, muitos dos vice-governadores estagnaram nesta posição. Uns acompanhando os seus protectores, no caso governadores nas outras províncias em que são enviados, e outros acabaram por se manter estagnados há muito tempo, não sendo em vão que existam entre estes alguns que podem, sem exageros, ser considerados como decanos devido ao tempo que ostentam esta posição.
Uns poucos parecem ter ascendido à posição principal de governador. É um grupo restrito em que muitos andavam somente a hibernar, aguardando para a fase em que os seus então responsáveis saíssem de cena para que pudessem igualmente demonstrar o quanto valem.
Por conta do trabalho que realizou na Huíla, onde saiu com um nível de popularidade acima da média, o nome de Luís Nunes era o mais sonante, embora se visse já o ascendente que tinha Nuno Mahapi Dala, o então vice-governador, que hoje o substituiu.
Quem o viu ontem a falar na reunião em que esteve o Presidente da República, João Lourenço, na sede do Governo da Huíla, certamente que pode ter concluído também estar perante a um jovem governante que conhece bem a província que dirige, assim como os anseios da população com que todos os dias cruza pelas ruas dos 14 municípios desta província.
A forma realista e o tom corajoso como apontou os problemas – e sobretudo a solução para os inúmeros problemas – demonstram que os longo dos anos em que muitos o viam como um simples coadjutor de Luís Nunes, afinal, estava num processo que lhe permitiria, se necessário fosse, assumir os destinos da Huíla sem titubear.
Da saúde à educação, da agricultura à pecuária, sem deixar de lado os transportes e a criação de uma circular regional a nível dos transportes, reactivando inclusive os vôos inter-regionais, Nuno Mahapi está por dentro daquelas que são as grandes aspirações da população local, independentemente das cores políticas e status social.
Num país com enormes dificuldades, escassez de verbas e muitas prioridades, não se pode descurar algumas medidas concretas que podem ser tomadas para urgentemente resolverem problemas prementes. Foi assim que o governador apelou para o Titular do Poder Executivo quanto à resolução de alguns pendentes que estejam a comprometer, inclusive, o combate ao desemprego.
Como frisou o jovem governador, num discurso que vai gerando boas avaliações, o mais importante é que o gato cace o rato, evidenciando, provavelmente, que se busquem, se necessário, ata- lhos para que o Executivo vença este problema que um dia o próprio Presidente João Lourenço reconheceu como sendo a principal dor de cabeça.