Com as portas quase encerradas, o ano 2024 passará para a história dentro de poucas horas. Por boas e más razões.
Por acções e omissões. Foi, para muitos, o ano possível, para outros, o da realização, embora se saiba, à partida, que momentos bons e maus existem para todos.
Entre chegadas e partidas, com mortes e nascimentos, o ano quase a findar foi marcado indiscutivelmente pela vinda a Angola, pela primeira vez, do presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden.
Independentemente dos vários acontecimentos ocorridos, a visita do Estadista norte-americano, as nuances relacionadas com o Corredor do Lobito, assim como as implicações deste mega empreendimento, acabaram por marcar uma fase cujos resultados agora se esperam para os próximos tempos.
Desde que assumiu o poder, em 2017, o Presidente da República, João Lourenço, definiu como prioridades do seu Executivo a diplomacia económica, particularmente a melhoria das relações com as empresas principais potências mundiais.
No seu discurso de tomada de posse, há cerca de oito anos, o Chefe de Estado foi peremptório neste quesito, deixando, inclusive, de lado alguns aliados tradicionais que pretendiam se manter na pole-position.
Entre os países de quem se esperava aprofundar estavam, sem dúvidas, os Estados Unidos da América, cuja posição no mundo global político e económico dispensa apresentações.
Quando inicialmente se avançou a probabilidade de o líder americano, que só no próximo mês deixa a Casa Branca, visitar Angola, muitas foram as sessões de euforia e também de cepticismo, estas últimas vindas de sectores contrários ao próprio Executivo.
O que ficou sub- jacente momentos depois da reconfirmação e chegada mesmo do Air Force One e todo o aparato que acompanha os líderes americanos nas viagens que se realizam noutros estados.
Podem ainda não ser tão visíveis, mas, no campo económico, já se fala em muitos interesses que vão sendo despoletados, abrindo assim portas dos angolanos aos fundos existentes na economia norte-americana.
O que, desde já, caso muitos se concretizem, se traduzirá numa melhor imagem dos mercados financeiros ao país, apesar dos entraves existentes. Claramente que houve um 2024 que não se consubstancia unicamente na vinda do Presidente norte-americano.
Houve mais na política, na cultura, na sociedade, sobretudo no desporto, com a elevação da Selecção aos melhores desempenhos de sempre.
Mas, ainda assim, não é todos os dias que um país vê pisar o seu solo, em visita oficial, o líder da maior potência do mundo.