Com o ano de 2023 prestes a terminar, teremos a próxima semana prenhe de balanços. Será assim com as instituições públicas e privadas, sendo também habitual, por exemplo, que o Presidente da República também o faça, embora que de forma resumida, no discurso de fim de ano, onde amiúde acaba por fazer uma retrospectiva do ano prestes a terminar e perspectivar o novo ano.
Cada um de nós assim o fará a título individual. Não importa se em silêncio ou em voz alta, a dado momento, independentemente das peripécias sócio-económicas, ainda assim seremos obrigados a efectuar uma reflexão sobre os momentos bons e maus de 2023 e aquilo que auguramos para 2024. Estaremos atentos a tudo. Aliás, é importante que nos mantenhamos informados.
Para já, é ponto assente que no campo da sinistralidade rodoviária o quadro continua negro e os indicadores continuam em sentido ascendente, o que obriga o Executivo a tomar medidas mais duras – e eficazes- com as quais espera reverter os números assustadores de mortes e feridos que se registam nas estradas do país. Luanda, por exemplo, continua a ser aquela província que encabeça a lista. Tanto em termos de mortos e feridos, embora se reconheça que as autoridades locais vão ensaiando medidas que, se cumpridas pela população, ajudariam de algum modo a contrapor os números sombrios.
Em Agosto do ano em curso, anunciou-se que “de Janeiro de 2022 a Junho deste ano, registou-se, em todo o território nacional, 20.581 acidentes, que resultaram na morte de 4.433 cidadãos e o ferimento de 24.044, destacando-se as províncias de Luanda com 1.712, Huíla com 614, Benguela com 549 e Huambo com 528 acidentes”. Quase seis meses depois, os números serão outros. Com certeza que houve um incremento tanto no número de acidentes, mortes e feridos nas estradas nacionais, onde todos os dias ocorrem, muitos dos quais praticamente evitáveis. No caso de Luanda, a campeã de acidentes de viação, mortes e feridos, por exemplo, assiste-se nos últimos tempos nas vias mais movimentadas a colocação de separadores de betão.
Trata-se de uma medida que muitos discordam, mas cujo efeito na redução de atropelamentos vai-se tornando eficaz. Porém, apesar da quase fiabilidade dos blocos de betão, já vão surgindo alguns alpinistas que não se coíbem de saltá-los, nas principais vias, preferindo correr os riscos que lhes possam tornar deficientes ou até mesmo mortos. Ainda bem que se está a efectuar alterações ao Código de Estrada.
Porque é impossível assistir in loco ou observar através de imagens indivíduos que se arriscam em destruir as redes e transpor o betão sem que nasça nos cidadãos civilizados um sentimento de revolta. Se nem o betão os trava, então que rezemos ao menos que Deus os toque para que um dia desistam desde prazer de se colocarem em perigo.