Apesar de estarmos hoje a 6 de Janeiro de 2025, dizem alguns cidadãos que só nesta segunda-feira começará o ano. Para muitos, os feriados e as pausas existentes na última semana acabaram por protelar o início das actividades normais, o que fará, certamente, com que hoje assistamos um pouco por todo o país um verdadeiro frenesi.
Mas, para muitos – talvez uma maioria, sobretudo os que labutam em regime de turno ou estão distantes das exigências do sector público, esta deverá ser a segunda semana do ano. Já a dar no duro. Felizmente, num ano em que o país se prepara para celebrar 50 anos de independência, isto é, o jubileu.
Não obstante o facto de ainda persistirem vários problemas na vida dos angolanos, uns de fórum económico, social, ainda assim, o ano de 2025 deverá ter um sabor especial. Afinal, não é todos os dias que se testemunha a comemoração de 50 anos desde o fim do jugo colonial, uma libertação alcançada com suor, lágrimas e sangue. São várias as actividades programadas. A vários níveis.
É também solicitada a intervenção e participação dos angolanos, cada um na sua área de actividade, por forma a se colorir ainda mais a festa que deverá ocorrer em quase todo o ano. Independentemente das festanças – e as suas nuances – julgo ser importante que se aproveitasse esta fase inicial do ano em que vamos celebrar os 50 anos, para que cada um de nós pudesse reflectir em relação ao amor que tem pelo país.
Pode parecer, para muitos, algo banal, mas os sinais que vão sendo emitidos no dia-a-dia vão demonstrando um certo esmorecimento que não pode por si só ser atribuído aos problemas sociais e económicos.
À semelhança de Angola, existem no mundo países que vivem vários problemas, alguns dos quais mais terríveis. Mas, nem por isso, os seus cidadãos deixam de acreditar neles, apostando nas suas economias, colocando-o em primeiro lugar, não expondo sequer a sua segurança, sobretudo nos momentos mais críticos.
Do nosso lado, por curioso que pareça, são várias as queixas que se apresentam em relação aos dirigentes e aos comportamentos de alguns deles. Porém, é destes críticos – a maior parte das vezes –, que acabam também por sair exemplos graves de falta de patriotismo, muitos dos quais não podem nunca ser associados unicamente à pobreza ou à falta de outras condições sociais. Por mais razões que se apresentem, só posso incluir a falta de patriotismo para algumas acções que vamos observando.
O que leva uma cidadã a vender vagas na Polícia a criminosos e estrangeiros, ou então, numa altura em que se fala da escassez de divisas, permitir que à luz do dia um cidadão gambiano tentasse sair com mais de 600 mil dólares facilitados por funcionários aeroportuários.
São vários os exemplos que, a esta hora, nos devem levar a reflectir o que se quer deste país que todos, um dia destes, deixaremos aos nossos filhos, netos e conhecidos. Porque o comportamento de muitos aumenta os sinais de falta de comprometimento.