Lá vão os tempos em que abundavam pelas televisões e outros meios de comunicação os programas ou notas sobre a necessidade de se resgatar os valores morais e cívicos no país. Embora pudessem parecer fastidiosos, a verdade é que estes espaços eram extremamente valiosos por conta do impacto que os mesmos tiveram na vida dos cidadãos.
Dirão alguns que não eram necessários. Talvez em determinados momentos. Hoje, mais do que nunca, urge que se restituam espaços como aqueles em que, com simples cartilha, se poderia influenciar positivamente milhares de cidadãos, com resultados que se podiam observar a nível da sociedade e de muitos dos seus integrantes.
Hoje, sem dúvidas, sente-se a necessidade do resgate destes valores, do país, dos seus símbolos e até dos seus próprios governantes. Infelizmente, parece que a cada dia que passa se avoluma o sentimento de desconfiança dos cidadãos em relação aos próprios governantes.
Não importa a posição, sente-se a olho nu esta situação, o que deveria obrigar certos departamentos e instituições, incluindo públicas, a se preocuparem no sentido de se aperceberem do que estará na base deste sentimento.
Não importa a situação política, econômica ou social que se vive, ainda assim é sempre possível que os populares – independentemente da esfera a que pertencem – mantenham a chama da confiança.
Aliás, existem países em que, mergulhados em crises, algumas até provocadas por razões externas, ainda assim as suas instituições acabam por ter níveis de aprovações acima da média. Não é crível que, por exemplo, apesar de tanto investimento feito em muitos domínios, cresça no seio de alguns a sensação de que pouco ou nada se vai fazendo.
Nem tão pouco que até aqueles que reconhecem induzam negativamente outros à per- cepção de que possa existir é tão ínfimo no rol das necessidades prementes.
O mesmo se pode dizer quanto aos projectos em curso, alguns dos quais extremamente ambiciosos, mas para uma maioria, como se soe dizer, ‘não vai dar em nada’. É necessário que se façam estudos que mostrem os níveis de apreciação dos populares e as razões que contribuem para os indicadores que forem apresentados.
Não importa o momento, deve haver sempre preocupações que nos levem a fazer com que os cidadãos confiem nas suas instituições e nos seus responsáveis. Olho com muita tristeza sempre que cruzo com alguém e a resposta que se tem na ponta da língua, mesmo sem muitas informações, é que tudo que vai ser feito vai dar em nada. Como se conseguissem prever o futuro.