As mortes do professor Laurindo Vieira e antes de um outro cidadão que quis travar um assalto na rua principal do Patriota fizeram com que se redobrasse as atenções nesta área da província de Luanda.
Foram duas acções amplamente divulgadas pelos órgãos de comunicação social.
O modus operandi dos assaltantes e o facto de se terem feito transportar em motorizadas despertou em muitos um determinado receio sempre que se vir confrontado com alguns homens em duas rodas.
Quem usa a via do Patriota todos os dias já se terá apercebido de que aumentou o número de efectivos da Polícia Nacional.
Nos dias em que se seguiram ao cruel assassinato do professor universitário Laurindo Vieira, na zona se viam os agentes e oficiais da Polícia de Intervenção Rápida e outros que fizeram do espaço um dos mais protegidos, se calhar, da capital.
Neste rol de preocupações e suspeitas, os jovens e senhores que conduzem motorizadas têm sido os principais visados, dando-se, às vezes, a entender que qualquer um deles possa ser um potencial assaltante ou cometer qualquer outro delito.
Na verdade, embora existam muitos que cometem as suas acções recorrendo às motorizadas para se safarem com a maior brevidade possível, existe um número considerável de outros que têm nestes meios a única forma de locomoção e até mesmo a forma mais fácil de subsistência transportando passageiros.
À semelhança do que se vê hoje no Patriota, por exemplo, noutras partes da capital, ou até mesmo do país, os motoqueiros ou mototaxistas vão sendo observados com preocupação.
Reconhece-se a forma atabalhoada, desrespeitosa e até perigosa como muitos circulam pelas estradas do país, alguns deles sem qualquer habilitação, mas ainda assim é expectável que não se mergulhe todos num mesmo barco, onde se acredita que apenas um número ínfimo seja malfeitor.
Agora, são poucas as vezes em que não se encontra um indivíduo numa motorizada que não seja importunado, mesmo sem ter cometido alguma infracção de trânsito. E se tiverem às costas uma mochila, sejam de que tamanho for, então é mesmo um íman para que os polícias caiam por cima do coitadinho.
Parece que andar de moto hoje se tornou um dos requisitos necessários para que muitos se tornem suspeitos, porque dificilmente se vá separar o trigo do joio.
O que não é nada bom, à partida, embora, repito, existam muitos verdadeiros criminosos escondidos numa motorizada.