Quem ainda se lembra o quanto custava um número de telemóvel e o próprio aparelho em finais dos anos 90 e princípio de 2000, altura em que era preciso se acotovelar para ter acesso a um?
Quem estará recordado que em muitas casas os antigos e famosos telefones fixos eram trancados com cadeados para que os filhos ou outras pessoas que lá residiam não pudessem ter acesso sem o consentimento do proprietário?
Quantos de nós saberão que hoje, dificilmente, se vê em muitas residências os aparelhos de TV tidos por muitos pejorativamente por ‘nguimbolas’ (com a parte traseira sobressaída), que imperaram antes dos conhecidos plasmas, smarts ou TV Leads?
Quantos de nós, hoje, imaginaria efectuar compras sem usar o dinheiro em papel ou até mesmo fazer elevadas transacções sem sequer colocar os pés nas instituições bancárias ou outras?
E por estes dias até, embora se assista constantes filas em determinados ATM’s, mas um simples cartão acaba por resolver problemas em mercados e até mesmo determinados candongueiros?
Quem ontem percorreu determinados stands, na abertura da Angotic 2024, aberta pelo Presidente da República, João Lourenço, ter-se-á também apercebido da evolução ocorrida neste sector ao longo dos últimos anos em Angola.
A evolução que se vai observando, um factor primordial para o desenvolvimento em quase todos os domínios da vida pública e privada, remete-nos para uma situação em que aqueles que não se aperfeiçoarem em termos tecnológicos correm o risco de um dia acordarem como se analfabetos fossem.
Os últimos tempos, em que contactar alguém, por exemplo, está longe da velha carta em que demorava até anos para chegar, ou ainda da conversa telefónica sem que se observe o rosto de quem está do outro lado, entregou-nos a um mundo mais digital, participativo e decisivo.
Dos mais de 30 milhões de cidadãos angolanos, entre crianças, jovens e velhos, mais de 11 milhões têm hoje acesso aos serviços de internet.
Trata-se de um número que tende a crescer e que, nos próximos anos, poderá dar um salto ainda maior se se concretizarem todos os projectos em curso pelo Ministério das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social apresentados na referida feira.
E uma visita ao Angotic 2024 permitirá, inclusive, saber que até o Angosat, que muitos dizem não beneficiar dos seus serviços, está lá em cima sossegadinho a cumprir o papel que lhe foi destinado e nas mãos de técnicos angolanos.