A exoneração de Palmira Barbosa do cargo de ministra da Juventude e Desportos agitou o ambiente político.
E a entrada em cena do antigo homem forte para a Informação do Bureau Político do MPLA, Rui Falcão Pinto de Andrade, tornou ainda mais interessante a troca, até porque muitas aves de mau agoiro davam como certo o fim de ciclo do político.
Entretanto, é importante dizer que o novo ministro não é um desconhecido no referido ministério. E muito menos dos problemas da juventude, incluindo no relacionamento com organizações juvenis e até religiosas.
Porém, na referida troca, ressalta-se o facto de ter acontecido numa fase em que ainda se debate sobre as verbas que terão sido atribuídas à Federação Angolana de Futebol no âmbito da preparação e participação no Campeonato Africano de Futebol terminado recentemente na Cote d’Ivoire.
Por sinal, uma passagem em que o nosso país teve uma participação airosa, razão pela qual ontem mesmo acabou subindo, num ápice, 24 lugares.
Estando agora entre as 100 Selecções de futebol do mundo. A incógnita que se levantou — e alguns ainda se levantam — é se se terá dado a tempo e hora os apoios de que a Selecção precisava.
Do lado do Ministério da Juventude, embora de forma pouco convincente, garantiu-se que mais de sete mil milhões de kwanzas terão sido colocados à disposição do combinado nacional, uma informação desde cedo rejeitada pela Federação Angolana de Futebol.
Do que se viu e ouviu na última quarta-feira, momentos antes de se afastar a então ministra Palmira Barbosa, é que os sete mil milhões de kwanzas incluem não só as dotações financeiras do Estado à FAF como também outros valores atribuídos por empresas públicas que resultam de acordos entre a equipa de Artur Almeida e pares. Até ao momento prevalecem as incógnitas.
Espera-se, para os próximos tempos, que a FAF, que há dias dizia ter recebido apenas 28 por cento de um milhão e 600 mil dólares, também reaja para que os angolanos tenham uma percepção exacta de que não se descaminhou fundos públicos.
Apesar dos vários seminários, workshops, encontros anuais e os conselhos consultivos que as equipas ministeriais realizam quase que trimestralmente, é inconcebível que ainda se aja em determinados momentos com práticas arcaicas, algumas delas ligadas à gestão e à comunicação.
Se no início da operação CAN 2023 se soubesse exactamente quanto custava a empreitada, assim como os valores disponibilizados, com certeza que se evitaria o jogo do gato e o rato em curso.
Poupava-se tempo e dinheiro, assim como até se poderia preservar a imagem de determinadas entidades a quem vão sendo levantadas suspeições.
Anteriormente, na linguagem futebolística, havia a figura da arma secreta. Aquele indivíduo que entrava em cena para matar no bom sentido o jogo.
E esta conferência de imprensa, realizada após o regresso dos Palancas e do verniz ter estalado, poderia ser resolvida com transparência no início ou ainda quando os dirigentes da FAF diziam que andam de kilápi e sem apoios.