Tenho dito a muitos amigos que um dos momentos mais felizes tive ao viver em Viana e no Cazenga. Apesar dos inúmeros problemas, são dois municípios desafiantes.
Aliás, sou dos que pensam que, quem se der bem ao dirigir estas duas localidades, habilita-se deste logo a ser um potencial candidato, se calhar a dirigir o país.
A cada dia que passa, por causa da dimensão que têm e os inúmeros problemas e necessidades, vou acreditando que devem merecer de uma atenção especial.
É possível que alguns pensem o contrário. Mas tudo indica que o censo em curso trará números que nos levarão a alterar significativamente a realidade que vivemos hoje em relação a Luanda e ao país.
Por exemplo, já se sabe que o Zango tem hoje perto ou quase mais de um milhão de habitantes, de tão grande que é. Há dias, por ocasião do 59.º aniversário de um amigo e irmão aí no Zango, fiquei perdido.
Não que desconhecesse a zona, mas porque o crescimento brutal que vai tendo demonstra que se deve pensar já num outro estatuto para a localidade.
Mal amada e às vezes mal falada por muitos, houve épocas em que quase não se via esta circunscrição como uma verdadeira opção para se viver.
Uma realidade mudou drasticamente nos últimos anos. Muitos que viam a zona como um autêntico inferno ou fim do mundo vão, aos poucos, alterando o posicionamento.
Afinal, de tão escasso que está conseguir um espaço em Luanda para se erguer uma casa ou qualquer projecto, são poucas as localidades onde ainda se obtém um terreno como acontece no Zango.
Daí a necessidade de se criarem urgentemente as infra-estruturas de apoio para se permitir que as pessoas que lá vivem possam evitar os constrangimentos que se observa hoje.
Ainda bem que se diz que, no âmbito da nova divisão político administrativa, possa evoluir para município.