Por conta da nova Divisão Político-Administrativa, que permitiu o surgimento de três novas províncias, nomeadamente Icolo e Bengo, Moxico Leste e Cubango, o país vai observando, nos últimos dias, uma série de nomeações para administradores municipais e directores provinciais.
Entre a guarda, alguns dos quais da chamada geração da utopia, assinala-se o facto de muitos jovens também estarem a merecer a confiança dos seus responsáveis.
Aos poucos, observa-se uma mudança geracional acentuada, colocando nas mãos dos mais jovens a responsabilidade pela criação de condições socioeconómicas para os cidadãos, uma situação que até então muitos pensavam ser algo que passasse necessariamente pelos mais velhos.
Olhando atentamente para muitos nomeados, como por exemplo o jovem Adilson Hach no Tômbwa, com apenas 29 anos de idade, espera-se deste uma postura de gestão distante daquela que, durante anos a fio, vimos de alguns administradores e até governadores, muitos dos quais adeptos ferrenhos do cabritismo em detrimento dos governados.
Num país em que a juventude parece estar em maioria, competirá aos novos responsáveis municipais, directores provinciais e outros gestores encontrarem mecanismos para que acudam esta franja de cidadãos, muitos dos quais hoje mergulhados no desemprego.
Se anteriormente a convicção que havia em muitos era de que um dia, quando crescessem, pudessem dirigir uma instituição, hoje, muitos destes jovens estão não só a concretizar este desejo, mas também têm a oportunidade de fazer diferente em relação ao que muitos criticavam.
Como se soe dizer na gíria popular: ‘‘o poder corrompe’’, razão pela qual não gostaria de ver, ler ou assistir que muitos desta juventude se envolvam em casos de corrupção, desperdiçando assim a oportunidade de poderem construir um país melhor onde todos se possam rever.
Quase sempre é visível no seio dos jovens opiniões críticas em relação aos gestores públicos, muitos dos quais, num passado recente, não conseguiam separar o público do privado, o que fez com que se envolvessem em práticas macabras que mergulharam o país no rol de nações mais corruptas do mundo.
E hoje, essa nova geração, muitos dos quais com menos de 30 anos de idade, tem possibilidade de escrever com letras de ouro que, afinal, os jovens podem, sim, fazer diferente. As oportunidades que muitos clamavam estão à vista e só resta pôr mão à obra.