Escrevi um dia um texto cujo título foi ‘fundamentalistas democráticos’. não vai muito tempo desde que me atrevi a fazer tal exercício, porque sempre acreditei que fosse possível conviver na irmandade.
Na altura, apesar de tudo quanto se dizia em relação à democracia e as suas envolventes, nos fomos apercebendo que, muitos daqueles que apareciam como se fossem os verdadeiros arautos da democracia, estão muito além daquilo que é, na verdade, este sistema em que devemos nos respeitar uns e outros.
Em Angola, quanto mais o tempo passa, se vai confundido a democracia, a liberdade de opinião e de informação com a maledicência. nesta fase, em que as redes sociais e não só comandam até a vida de muitos, o que lá vem espelhado quase que faz regra.
Quem viu o Presidente João Lourenço em Portugal, após a sua passagem neste país por conta do 25 de Abril, terá, seguramente, uma percepção própria sobre as razões que levaram o estadista àquele país, não obstante o nível de relações entre os dois países.
À semelhança do que acontece noutros pontos, é normal que um Presidente da república se queira reunir com os integrantes da comunidade do país em que esteja. É comum saber como se encontram os seus cidadãos e da parte de quem dirige o país ver as soluções para alguns problemas que afligem os seus concidadãos, apesar da distância. Infelizmente, abunda a turma do Só Para Contrariar.
Aqueles que pensam que só se deve pensar como eles, porque se julgam superiores aos demais, mesmo quando eles sabem que não são sequer, minimamente, superiores, os que eles supostamente dizem abominar. Por estes dias, além dos públicos, muitos dos críticos de costume pretendiam desferir golpes a tudo e todos.
Para muitos deles, todos os que estiveram presentes na recepção promovida pelas autoridades angolanas merecem alguma condenação por não pactuarem com as teses daqueles lobos que se revestem na pele de cordeiros como muitos deles. A democracia pressupõe aceitar a diferença.
Mais do que muitos que criticam, os sinais do tempo vão mostrando que nem todos que se apresentam como democratas estão minimamente próximo dos ditames que este sistema apresenta, porque não são sequer capazes de reconhecer o que é a democracia e a diferença de ideias e opinião. As reacções ao encontro de Lisboa demonstra que não basta ter voz ou acesso aos meios de comunicação. Porque muitos estão distantes daquilo que até pode parecer razoável.