A Nova Divisão Político-Administrativa é, indubitavelmente, o assunto desta semana, que está prestes a terminar, depois de a proposta ter sido aprovada pela Assembleia Nacional, com votos maioritários do partido no poder.
Num ápice, embora ainda não esteja em vigor o diploma, o que virá a ocorrer somente no início do próximo ano, Angola passará a ter 21 províncias e mais municípios.
Para trás, conforme a nova configuração, ficam os distritos, que passaram a municípios, quase todos na populosa cidade de Luanda. Na verdade, a nova divisão de que se fala não é um assunto novo.
Houve até uma discussão e auscultação em torno da criação das novas províncias, embora se compreenda que na altura não estivesse incluída a problemática da província de Luanda, que hoje viu parte dar corpo àquilo que será a nova província de Icolo e Bengo.
Parece ser aqui onde reside o busílis da questão para muitos. Porque, apesar de algumas reclamações e sugestões que se vai lendo e ouvindo, não há muito que se diga em relação à divisão das províncias do Moxico e do Cuando Cubango, onde os seus mora- dores acabaram por ser auscultados.
Vai sendo característico, em muitos casos, aos angolanos deixar-se a onda passar, como se não interessasse.
E só quando os assuntos já estão em fase de discussão parlamentar e decisão é que a sociedade e determinados segmentos se posicionam para rebater o que se poderia ter analisado antes.
Lembro-me, por exemplo, de ter visto em Luanda uma delegação de autoridades tradicionais do Moxico, encabeçada por uma rainha, que veio somente reclamar pela denominação que se queria, inicialmente, atribuir a outra parte desta província, que se vai chamar Moxico Leste.
Do Cuando Cubango, um extenso território que nunca mais termina, parece existir também consensos quanto à sua divisão.
É crível que, até mesmo nos sectores mais críticos, incluindo da própria oposição parlamentar, quem conhece a província não se tenha constrangido com o facto de aí nascerem duas.
Agora, quanto a Luanda e a sua divisão, certamente que os reparos, críticas e até aceitação serão temas que levarão muitos dias para serem ‘engolidos’.
E um dos barómetros tem sido as discussões em relação ao tema em muitas plataformas e redes sociais.
Por exemplo, diz o político e sociólogo Paulo de Carvalho, integrante do grupo parlamentar do MPLA, que, pelas redes sociais, a impressão que se fica é de que muitos estão mais preocupados se irão acordar na província de Luanda ou na nova de Icolo e Bengo.
A grande verdade é que, a partir de Janeiro, estando próximos ou não, alguns acordarão, sim, numa ou noutra província, à luz da Nova Divisão Político- Administrativa. Tanto em Luanda como no Moxico e Cuando Cubango.