há duas semanas, um encontro de trabalho levou-nos à província de Benguela, uma vez mais, onde traçamos algumas linhas gerais e especificas daquilo que poderá ser a nossa actuação neste ano que vê o seu primeiro mês a franquear as portas. Como sempre, quando se trata de viajar pelo interior do país, prefiro fazê-lo de carro. É prazeroso ver as nossas vilas, gentes, conversar com os cidadãos que vamos encontrando, muitos deles ainda habitando em residências típicas de que muitos de nós saímos antes de pisar nesta Luanda que muitos consideram a casa de todos.
Desta vez foi possível fazer o mesmo. Embrulhar um funje em Porto Amboim, como diria o cronistamor Salas Neto, refrescar a garganta entre o Sumbe e a Canjala, antes de entrar triunfante pela linda cidade do Lobito, que aos poucos vai recuperando a sua cara num brilhante trabalho do governador Luís Nunes. Quem viaja, hoje, até Benguela de carro tem quase a sensação de o tempo entre Luanda e esta província, igualmente no litoral do país, se ter diminuído. Aliás, a sensação começa quando se entra no Cuanza-Sul, onde os trabalhos de asfaltagem e algumas operações de tapa buraco, que há muito se exigia, estarem a surtir efeitos pelo menos nesta fase.
Vê-se, ao longo da Estrada Nacional 100, que recebeu mais uma injecção financeira nos últimos dias, obra que vai sendo feita e aos poucos melhorando, significativamente, a vida dos automobilistas, passageiros, comerciantes, turistas e outros. Ontem, decidi- mos também percorrer parte da Estrada Nacional 230-B, entre Luanda e Cuanza-Norte, por sinal a porta de passagem para quem se desloca aos municípios do Golungo Alto, Ndalatando, Malanje, Lundas Norte e Sul. De igual modo, não há como não se sentir o cheiro de terra, o verde e observar as povoações que vivem ao longo desta estrada, onde diariamente centenas ou milhares de cidadãos também ganham a vida.
Mas já não se pode ter a mesma satisfação por se tratar de uma viagem atribulada por conta de um tapete asfáltico que se vai degradando a olho nú para que as próprias autoridades se sintam tocados para a sua reparação o mais urgente possível. Vai-se tornando constrangedor ver, quase sempre, dezenas ou centenas de quilómetros de estrada, alguns até reparados há poucos tempo, degradarem-se por falta de manutenção ou até mesmo por uso de mate- riais, se calhar, inadequados para a sua feitura. O que se assiste em muitos troços da estrada nacional 100, hoje em reabilitação, pode ser para mui- tos o verdadeiro paraíso, embora existam determinados troços que ainda clamem por intervenção.
Já a estrada nacional 230, sobretudo a parte B, depois da entrada de Maria Teresa, já não deve estar distante do inferno para muitos. E é urgente que se dê uma atenção por causa dos prejuízos directos e indirectos que vai provocando àqueles que a usam ou dependem dela para ter acesso a produtos essenciais para as suas vidas. Luanda (angola): Centro de Controlo e Emissão de Satélites e Gabinete de Gestão do Programa Espacial Nacional (1) (dr) hoje, no online de OPaÍs, Patrício Vilar, responsável do IGAPE, e entenda os meandros do processo de privatização das empresas angolanas.