É futebol. É Palancas Negras, designação atribuída à selecção sénior masculina de futebol, que no último Sábado, 27, em Bouaké, cidade da Cote d’Ivoire, despachou de forma convincente a sua congénere da Namíbia, por sinal um país vizinho, o mesmo em que Agostinho Neto dizia estar a continuação da nossa luta para a autodeterminação da África Austral.
Por estes dias, incluindo os mais cépticos, o futebol e os Palancas Negras estão na moda. Para o professor José Carlos de Almeida, seria mesmo as Palancas Negras estão na moda quanto à concordância, mas por estes dias – e até mesmo antes, quase que ninguém observa para esta ‘gafe’, cilindrada até pela onda de bons resultados que vamos observando. Até Sexta, 2 de Fevereiro, quando defrontarmos a selecção da Nigéria, que não é desconhecida do conjunto nacional, deixem-nos celebrar efusivamente os ventos que correm nos balneários da selecção, que poderão funcionar até como detergente para limpar o momento menos bom que tem sido o presente consulado de Artur Almeida e Silva à frente dos destinos da Federação Angolana de Futebol.
Não se pode atribuir só o mérito aos jogadores. Mas não há como menosprezar um Mabululu vai demonstrando a sua garra e veia goleiadora, Gerson Dala não desiludindo e mostrando-se um verdadeiro salvador, Gilberto evidenciando-se como aquele que não se deveria deixar de fora, traduzindo-se, claramente, no motor da moralização e consciencialização do esforço que é preciso ser feito para o país. Mas é com eles que Angola, com Freddy, Gaspar, Zini, Buatu e outros vai-se cimentando como uma grande selecção.
Não é em vão que, alguns até, pejorativamente, tenham escrito que a exibição dos últimos pode ter feito esquecer o célebre e triste 4-4 com o Mali em 2010, em Luanda. A forma como a própria sociedade vai reagindo aos resultados demonstra claramente que se vive novos tempos com os Palancas Negras. Do período de incerteza e indecisão inicial, em que se pensava que pudéssemos ser os bombós da festa na Cote D’Ivoire, a selecção nacional vai-se mostrando como uma das maiores sensações da presente edição. A chuva de prémios é uma das demonstrações de carinho e aceitação da actuação da equipa.
Depois de ter conseguido um primeiro lugar na fase de grupos, em que saiu quase de forma irrepreensível, nos oitavos de final tiveram a brilhante vitória que lhes permitiu chegar aos quartos e agora sonhar com as meias finais. É obra, como diria Edmazia Mayembe. Só assim se percebe que depois dos cinco milhões dados inicialmente pelos BAI para cada integrante tenha surgido uma lista que poderá não ter fim caso tudo corra bem. O Banco Keve promete oito milhões para cada um se vencerem a Nigéria. A SODIAM entra na jogada com 250 mil dólares se os Palancas chegarem à final e a UNITEL oferece o último iphone a cada um deles com saldos durante um ano. A nós só resta dizer, força Palancas!