Quando há dias o Presidente da República, João Lourenço, visitou o bairro Neves Bendinha, onde as ruas estão a ser intervencionadas, gostei imenso de ter ouvido as explicações sobre as obras de macrodenagem em curso em muitas artérias da capital do país.
É que, depois da época chuvosa, aproxima-se o chamado período das chuvas, cujas consequências têm sido catastróficas em muitos municípios, alguns dos quais de forma cíclica. Diferente dos anos anteriores, é importante ressaltar as acções antecipadas que tanto do Governo Provincial de Luanda como o Executivo central gizaram.
É comum, nos últimos tempos, vermos o próprio governador de Luanda, Manuel Homem, por exemplo, assim como os respectivos administradores municipais, no campo a averiguarem as condições técnicas que poderão relativizar os estragos caso São Pedro decida abrir as torneiras com intensidade.
Embora não seja tão visível para muitos, há, neste momento, em curso uma verdadeira obra de engenharia entre os municípios de Viana, Kilamba Kiaxi e Talatona, que permitirão com que milhares de angolanos durmam sossegados nos próximos tempos.
Quem vive em Viana tem acompanhado diariamente as obras em curso de macrodrenagem que, se diga de passagem, estão muito acima de outras de engenharia que foram sendo feitas no passado, mas que não devolveram, na altura, nem a calma e muito menos o sossego àqueles cidadãos que tão logo comece a cair as primeiras gotas nos seus tectos os corações começam a ficar sobressaltados.
Mas, hoje, quem circular entre o Kimbango, onde há também obras em curso na estrada Pedro de Castro Van-Dúnem ‘Loy’, assim como na agora conhecida Luther Rescova, observa os gigantescos ‘monstros’ de betão que são enterrados para poder permitir que a quantidade de água proveniente das áreas mais altas de Viana e arredores possam escoar sem criar constrangimentos.
Quando se fala de obras públicas, sobretudo no que concerne a estradas e esgotos, há sempre do lado dos cidadãos uma enorme desconfiança em relação à durabilidade e os efeitos daquilo em que muitas das vezes o Estado coloca as mãos.
Para quem nasceu ou viveu em Angola, depois dos vários biliões gastos e ainda assim perdurarem as estradas esburacadas, valas a céu aberto sem qualidade e prejudicando enormemente a saúde dos cidadãos, as desconfianças acabam por ser compreensíveis.
Porém, o que se assiste nas obras de macrodrenagem anunciadas há dias durante a visita do Presidente da República é, ao que tudo indica, uma iniciativa de se tirar o chapéu.
Mais do que explicações, quem passa nas imediações da zona do Calemba 2 pode ter a mínima noção do que está a ser feito. Claro que não se trata de uma infra-estrutura que irá resolver todo o problema da periferia de Luanda.
Mas, ainda assim, quando estiver concluída, servirá para melhorar as condições de vida de milhares de cidadãos que, nos últimos tempos, tinham que abandonar as residências de forma temporária, ou até mesmo definitivamente, as suas residências sempre que chovesse torrencialmente ou não.