Antes da realização do Congresso Extraordinário do MPLA, a juventude deste partido entrará igualmente em congresso para escolher o novo primeiro-secretário desta organização juvenil. De um leque de mais de seis que se tinha pontificado inicialmente, apenas dois sobreviveram para o escrutínio, para se saber quem virá depois de Crispiniano dos Santos.
Justino Capapinha, que sempre foi visto como um próximo do secretário cessante, e Adilson Hach são as suas escolhas a quem os ‘camaradas’ mais no- vos deverão recorrer para poderem regressar aos tempos áureos, vividos até à época de Sérgio Luther Rescova.
As últimas tertúlias políticas têm sido animadas por conta do Congresso Extraordinário do MPLA, em Dezembro, sobretudo por conta de alguns homens que se vão querendo apresentar como putativos candidatos à substituição do Presidente João Lourenço, antes mesmo do tiro de largada ter si- do dado. Todavia, não se pode, de modo algum, fugir do que virá a ocorrer a nível da estrutura juvenil, tendo em conta o peso que hoje a juventude representa no país.
Se se tiver que usar como barómetro a forma como a organização juvenil dos camaradas se portou nas eleições passadas, onde encontrou fortes dificuldades de se impor sobretudo na grande praça eleitoral que é Luanda, os sinais dos tempos apontam para a necessidade de que a escolha para primeiro-secretário geral da JMPLA esteja assente num jovem que se entregue à luta, que saiba dialogar, bater o peito em relação aos seus principais opositores e, sobretudo, penetrar nos círculos que possam constituir para esta organização mais votos nos desafios que se avizinham.
Não se espera, por exemplo, que venha daí um líder de marchas, populista ou que enverede em práticas antidemocráticas em busca do apoio dos jovens, mas, sim, de alguém que se aproxime e inspire confiança numa juventude com inúmeros problemas, a maior parte dos quais passe simplesmente por uma primeira oportunidade de emprego.
Há dias, numa entrevista que concedeu a um órgão de comunicação público, o primeiro-secretário cessante, Crispiniano dos Santos, descreveu o seu mandato como tendo sido positivo. É normal que se assim o faça, embora exista do outro lado opiniões que tenham estado muito aquém, apesar da vitória da contenda eleitoral de 2024 frente aos principais adversários do MPLA.
Com o Congresso da JMPLA, é voz corrente em mui- tos círculos da própria organização de que se espera que se eleja um líder que dê, na verdade, uma maior dinâmica à organização. Uma pujança diferente da que se observou nos últimos cinco anos, mesmo que o agora cessante garanta que tenha ti- do um mandato positivo.
E o arranque poderia ser um verdadeiro debate entre os dois candidatos sobreviventes para que se tenha noção do que se está a vender aos jovens angolanos, particularmente os filiados ao MPLA e ao círculo mais novo.
Seria um verdadeiro barómetro para se aferir se conseguem penetrar no seio dos jovens ou precisarão do líder do partido para poderem, no mínimo, ser eleitos ao parlamento, uma vez que o futuro primeiro secretário da JMLA é um candidato natural a deputado em 2027.